EURECA
A Chéquia tem como objetivo no seu Plano de Ação Nacional melhorar a gestão da água de forma a manter água na terra e na natureza, corrigindo os erros do passado. Anteriormente, o objectivo principal era a drenagem rápida através de um sistema de drenagem em grande escala para agricultura intensiva, o que causou uma enorme perda de água no solo.
A revitalização dos cursos de água é um processo de retificação de alterações efetuadas indevidamente, a fim de restaurar a função natural dos ecossistemas aquáticos. A naturalização de cursos de água e inundações em campo aberto, bem como em áreas urbanas, combina interesses ambientais e de gestão hídrica. Na maioria das situações, além da reabilitação ecológica também ajuda a poupar água para períodos de seca e atenua a formação e a ocorrência de cheias.
A revitalização como naturalização do curso de água e de cheias, através de medidas de construção, baseia-se no conhecimento da morfologia e do padrão fluviais e visa desenhar as formas e dimensões do curso de água correspondente. Geralmente utiliza análises hidromorfológicas e hídricas, sempre baseadas numa avaliação naturalista do espaço. O projeto baseia-se no melhor conhecimento possível do percurso histórico de um determinado troço de um curso de água e utiliza comparações com troços semelhantes do mesmo curso de água ou similares que não foram afetados por modificações técnicas no passado.
Por iniciativa do município de Živanice, o riacho Bukovka voltou à sua forma natural e construíram-se sete pequenas lagoas (três delas com capacidade de escoamento) e algumas zonas húmidas.
No passado, o curso de água natural de Bukovka era direito e preenchido com betão que não permitia a absorção de água pelo solo.
O objetivo prioritário desta revitalização foi restituir o percurso às suas condições históricas e naturais e assim aumentar a retenção de água. Um dos principais fatores que contribui para a retenção de água na paisagem são os povoamentos florestais de elevada qualidade e a vegetação densa e contínua. O fundo rugoso do riacho e a sua ondulação, ou seja, alongando e atenuando a inclinação longitudinal da margem, desaceleram e prolongam o fluxo de água. Na área envolvente, a água infiltra-se melhor nas terras criando zonas húmidas e lagoas nas depressões adjacentes.
O betão usado anteriormente para fortalecer o pequeno riacho era liso o que do ponto de vista da autopurificação da água é um fenómeno negativo. O fundo coberto de pedras é uma superfície ativa, uma vez e meia mais alta. Portanto o efeito de auto purificação é melhor e depende do tempo de contato da água com a superfície.
Esta ação de revitalização melhorou uma parte negligenciada do território da comunidade e as pessoas passaram a ter um local agradável para relaxar.
The World Wide Fund for Nature (WWF) was founded in 1961, with its main goal being the conservation of biodiversity and the promotion of sustainable practices to preserve the environment.
In Italy, WWF has been active since 1966, and the WWF Oasis System was established in 1967. Oases are a complex and articulated system of protected areas managed by a private association and among the first in Europe. They serve as places dedicated to the conservation of land and biodiversity, while also serving as areas to educate citizens about the values and importance of conservation. The organization works to conserve nature and promote sustainable development in the Italian context to protect the environment and safeguard biodiversity.
The WWF Oasis "Lake Conza" corresponds to Lake Conza, covering an area of 800 hectares and being one of the most relevant areas in the inland regions of the south from a naturalistic point of view. The lake is artificial, reaching a depth of 30 meters. Construction began in 1972, resulting in a dam that allows the accumulation of water from the Ofanto River for irrigation purposes. The dam has been operational since 1992, with a basin of 252 km² and a reservoir holding 63 million m³ of water. The reservoir serves multiple purposes, including irrigation and, since 2013, providing drinking water. The Ofanto River, originating between Nusco and Torella dei Lombardi and flowing into the Adriatic Sea, feeds the Conza della Campania Dam with its waters.
Designated as a WWF Oasis in 1999, the area holds national and international importance due to the variety of avifauna that nests or settles during long migrations between the African continent and Europe. Recognized as a Fauna Protection Oasis by the European Union, it is a Special Area of Conservation (SAC) and Special Protection Area (SPA), housing endangered animal species and natural habitats. As a Special Protection Zone, it serves as a refuge for many mammals facing a decline in their populations, such as badgers, foxes, and the now rare otters. The area hosts the most significant heron colony in southern Italy. The WWF Oasis of Lake Conza is a crucial crossroads for migrations, witnessing the passage of various birds during spring and fall, including cranes, birds of prey, storks, and ducks.
The area's flora includes numerous plant species that have colonized different environments over time. Some, considered "weeds," play a vital role in biodiversity protection. The avifauna is rich, with approximately 140 reported species, including breeding and migratory species. Fishing is allowed throughout the year with a government license, but access to the dam is restricted.
Managed by Dr. Marcello Giannotti, the Oasis conducts workshops and initiatives such as "Tradizional-Mente" (Tradition-of-Mind) focusing on biodiversity protection and traditional farming practices. The Oasis also offers guided tours, environmental education workshops for schools, and various programs like the wildlife area for ducks and canoe tours of the lake.
The Oasis is accessible to everyone, featuring two trails: the Nature Trail, a nature walk with an artificial pond, and a viewpoint with educational purposes, representing a vital habitat for wetland species. The White Stork Trail leads to wildlife areas and the ancient orchard containing six apple varieties typical of the area.
WWF's commitment aims to increase activities in the Oases, improve their usability (including virtual aspects), organize and participate in conferences and public events, produce observations and documents on projects, participate in committees and councils, carry out events and dissemination campaigns, make reports on environmental offenses, and provide adult training in environmental education.
In summary, the WWF Oasis of Lake Conza serves as a vital conservation area with diverse flora and fauna, contributing to environmental education and sustainable practices in Italy.
A Plaza Mayor é um enorme centro comercial com mais de 155 lojas e um grande número de restaurantes localizado a poucos minutos de Málaga. A empresa que a gere, a Sonae Sierra, procura oferecer soluções inovadoras e experiências diferenciadoras nos seus centros, assumindo a sustentabilidade como um valor central da sua filosofia. Os jardins da Plaza Mayor são um exemplo claro deste compromisso, pois são sustentáveis e amigos do ambiente.
Este compromisso de ter jardins sustentáveis começou em 2010. Desde então, têm realizado diversas ações que demonstram que mesmo com a alocação de menos recursos é possível ter um jardim espetacular. O primeiro passo foi a reformulação do jardim, com redução da área relvada e introdução de plantas autóctones. Cinco anos depois, optaram por técnicas biológicas de controle de pragas, úteis para introduzir insetos benéficos e reduzir o uso de produtos químicos fitossanitários.
Em 2016, a biodiversidade e a atratividade foram reforçadas graças à introdução de uma colónia de borboletas-monarca que se tornou estável. Em 2019 optaram por um estilo naturalista para o jardim, introduzindo espécies autóctones e mediterrânicas, bem como espécies adaptadas às condições ambientais, e conseguiram reduzir significativamente o uso de água e recursos, continuando a aumentar a biodiversidade do jardim.
Nos últimos anos, esta biodiversidade tem sido promovida com diversas ações dirigidas à pequena fauna como a instalação de abrigos para aves e furos de água, que facilitam a sobrevivência de pequenos mamíferos e répteis, e hotéis de insetos, construções que fornecem alimento a insetos benéficos para o jardim.
Todas estas iniciativas fazem dos jardins da Plaza Mayor um verdadeiro ecossistema onde é muito fácil observar uma grande variedade de aves, diversos répteis, borboletas e pequenos mamíferos, como ouriços e até coelhos. Esta abordagem ecológica, natural e sustentável anda de mãos dadas com um alto nível tecnológico: rega informatizada, com estação meteorológica e sondas de humidade de acordo com as necessidades hídricas do jardim. Todas estas medidas centraram-se no respeito dos ciclos naturais e permitem que o ecossistema funcione de forma natural e equilibrada.
Neste projeto, enquadrado pela filosofia Kaizen de melhoria contínua, a visão de futuro passa pelo compromisso de contribuir para a promoção da riqueza natural, ampliando a fauna com espécies que regulam o ecossistema e aumentam a sua beleza como os morcegos ou os pavões, oferecendo ao visitante uma experiência diferenciadora com atividades de educação ambiental como visitas guiadas ou um percurso onde os visitantes podem participar em algumas ações didático-lúdicas para obter informações sobre as diferentes espécies enquanto apreciam a beleza do mesmo.
San Giovanni, Teduccio, é um subúrbio de Nápoles atormentado pela Camorra e caracterizado por fortes desafios ambientais e socioeconómicos: poluição ambiental devido a fábricas de produtos químicos abandonadas, uma área em recuperação com elevados níveis de poluição, mar impróprio para banhos devido à falta de estações de tratamento de esgoto e altos níveis de pobreza.
Foi neste subúrbio que nasceu a primeira comunidade energética solidária. A criação da Comunidade Energética e Solidária de Nápoles Oriental, criada pela Legambiente Campania, envolve atualmente 20 unidades familiares e pretende duplicar durante o ano de 2024.
Um grupo de especialistas monitorizou o consumo de energia das 20 famílias, criando uma “prestação de despesas familiares”. A análise começou com a identificação dos desperdícios e a gestão dos gastos energéticos da família.
A Fundação Famiglia di Maria, organização que atua no bairro com projetos educacionais para menores, disponibilizou o telhado da sua sede – um antigo orfanato do século XIX – iniciando a transição ecológica.
Graças a incentivos estatais, 166 painéis solares foram instalados e ligados a uma nova central que partilha energia entre as 20 famílias participantes.
Os painéis da comunidade energética e solidária de Napóles Oriental foram “ligados” no dia 17 de dezembro de 2021, produzindo 53 kW para as primeiras vinte famílias do bairro. O projeto pretende envolver pelo menos quarenta apartamentos.
Estas famílias vivem em situação de pobreza absoluta ou próxima disso e frequentemente em condições de “ilegalidade energética”. A participação na comunidade energética e social significa permitir-lhes a ligação legal à rede energética pública, tornando-os agentes ativos na mudança da mentalidade cultural do bairro.
A Comunidade Energética de Nápoles Oriental é importante porque relaciona questões ambientais e sociais. A comunidade energética abraça a inovação e apoia a população, com as poupanças provenientes da utilização de fontes renováveis.
As Comunidade de Recursos Energéticos são entidades jurídicas autónomas formadas por membros / utilizadores localizados perto da central de produção de energia renovável.
A energia captada pelos membros da comunidade através de dispositivos instalados nas suas casas é considerada “energia partilhada”. Durante o período de garantia de 25 anos dos módulos fotovoltaicos, o total de incentivos recebidos, menos despesas de gestão, ascende a mais de 200.000 euros. Estima-se também que gere poupanças reais, em termos de menor consumo de eletricidade por todos os membros do CER, de cerca de 300.000 euros.
Simultaneamente, existe um programa de formação em métodos de aquisição de energias renováveis e monitorização do consumo eléctrico e da qualidade dos edifícios em termos de dissipação de calor.
A central de dessalinização de Valência é um exemplo notável de integração de tecnologia ecológica. Valência, sendo uma cidade costeira com problemas periódicos de escassez de água, implementou soluções inovadoras para garantir um abastecimento de água sustentável.
A central de dessalinização está estrategicamente localizada ao longo da costa, aproveitando a água do mar como fonte de dessalinização. Isto minimiza o impacto nos recursos de água doce das áreas interiores e apoia as necessidades urbanas de água. A central incorpora tecnologias de dessalinização energeticamente eficientes, incluindo osmose inversa, para converter água do mar em água doce. Este foco na eficiência energética alinha-se com os princípios da ecologia urbana, reduzindo a pegada de carbono associada aos processos de tratamento de água.
Algumas centrais de dessalinização em Espanha, incluindo a de Valência, integraram a utilização de fontes de energia renováveis nas suas operações. Ao utilizar energia solar ou eólica, estas centrais contribuem para os objetivos de ecologia urbana, promovendo práticas sustentáveis e reduzindo a dependência de energias não renováveis.
A gestão adequada da salmoura é crucial para evitar impactos negativos no ambiente marinho. A central de dessalinização de Valência utiliza métodos avançados de eliminação de salmoura, garantindo um mínimo de perturbações ecológicas no ecossistema costeiro.
A água dessalinizada produzida pela central é integrada na rede urbana de abastecimento, proporcionando uma fonte adicional e sustentável de água doce para a cidade. Esta integração ajuda a satisfazer a procura de água da população urbana, ao mesmo tempo que alivia a pressão sobre as fontes tradicionais de água doce.
As iniciativas contínuas de investigação e monitorização são parte integrante das operações da central de dessalinização de Valência. Avaliações de impacto ambiental e estudos sobre os efeitos da central nos ecossistemas locais contribuem para a melhoria contínua das práticas de dessalinização com foco na minimização da perturbação ecológica.
O projeto Valência dá importância à sensibilização e ao envolvimento da comunidade. Educar a população local sobre os benefícios e desafios da tecnologia de dessalinização promove um sentido de responsabilidade e gestão ambiental, alinhando-se com os princípios da ecologia urbana.
A central de dessalinização de Valência é um exemplo positivo de como a tecnologia de dessalinização pode ser implementada de uma forma que apoie as necessidades urbanas de água, respeitando simultaneamente as considerações ecológicas num ambiente urbano costeiro.
Aproximadamente 300 m2 das paredes dos edifícios do campus da Universidade de Białystok, na Polónia, estão protegidos com uma película ultravioleta (UV) especial, permitindo reduzir o número de colisões de aves com as superfícies de vidro. A iniciativa pioneira, usa uma película UV inovadora, desenvolvida graças à colaboração entre a Universidade e parceiros: a Fundação Polaca Glass Traps, a organização austríaca BirdShades e uma empresa de construção local.
Na arquitetura moderna o aumnto do uso de paredes de vidro, grandes janelas e elementos refletivos decorativos representa uma séria ameaça às aves.
"Embora aconteça que um vidro de uma janela ou porta recém-limpo seja tão transparente que não o vemos, o cérebro humano, graças a vários sinais, como maçanetas ou sombras, pode 'vê-lo'. Da mesma forma, distinguimos a parede de uma floresta a partir de seu reflexo na fachada espelhada de um edifício. As aves veem o mundo de uma maneira diferente. O reflexo espelhado é visto como um rival, o reflexo de um aglomerado de arbustos como a continuidade do ambiente e os elementos sombreados de vidro como esconderijos. O efeito de espelho ou a transparência das superfícies envidraçadas é uma enorme ameaça para as aves, levando-as a colidir", explica o Dr. Krzysztof Deoniziak, da Faculdade de Biologia da Universidade de Białystok.
“Quando o projeto do nosso campus foi desenvolvido, este aspecto da sua arquitetura não foi levado em consideração. Hoje sabemos que algumas paredes do edifício deveriam ser protegidas para realçar a harmonia com a natureza, que é inerente ao design do campus. No entanto, devemos fazê-lo de uma forma que não interfira na intenção artística dos designers, preservando os valores visuais dos objetos”, comenta o Prof. Robert Ciborowski, reitor da Universidade de Białystok.
O desafio era encontrar um material para proteger as superfícies de vidro. As películas protetoras comuns disponíveis no mercado não são totalmente transparentes, apresentando muitas vezes um padrão visível. Os ornitólogos observaram que para que um padrão seja eficaz, ele deve ser colocado densamente no vidro para que a ave o perceba como intransponível. A natureza do padrão, sejam pontos, linhas ou silhuetas de aves de rapina, pouco importa, pois não servem como elemento dissuasor, mas sim como elemento gráfico.
A solução perfeita para utilização no campus universitário acabou por ser um produto desenvolvido pela organização austríaca BirdShades, que trabalha há muitos anos na proteção das aves.
“O filme, desenvolvido por nós, é transparente ao olho humano, mas contém um padrão especial em intervalos regulares. Esse padrão é ativado com luz ultravioleta, que as aves veem. Isto permite-lhes perceber a superfície coberta pela película como um obstáculo e contorná-la", explica Dominique Waddoup da BirdShades.
Segundo a Glass Traps Foundation, que iniciou este projeto, ele é pioneiro principalmente devido à sua escala. Não existem muitos exemplos na Polónia e na Europa de proteção de grandes superfícies de vidro com película protetora UV.
Todos os parceiros da iniciativa concordam que é também necessária uma educação generalizada sobre os riscos de colisões de aves com superfícies de vidro e as possibilidades de prevenir tais acidentes.
Camilla é a primeira experiência italiana de cooperativa alimentar, um supermercado autogerido pelos seus utilizadores. Baseia-se na autogestão e na participação, visa fomentar um sentido de comunidade que estimule o desejo de “uma economia diferente e um mundo melhor”.
Para desenvolver esta ideia de um novo método de consumo e participação, nasceu o conceito de “loja comunitária” - inspirando-se nas experiências da Park Slope, em Nova Iorque, e da Bees Coop, na Bélgica -, assente na ideia de consumo crítico e consciente. A funcionar desde 2019, Camilla segue o exemplo da Park Slope Food Coop, fundada em Nova York em 1973, que tem mais de 16.000 membros. Nos últimos anos, surgiram inúmeras experiências semelhantes na Europa, como La Louve, em Paris, e Bees Coop, em Bruxelas. Estes exemplos confirmaram a sustentabilidade do modelo.
Em termos práticos, a sustentabilidade económica é assegurada pelo número de associados e pelo volume de compras de cada associado. A compra em grupo reduz o preço de venda dos produtos, beneficiando os compradores sem desvalorizar o trabalho necessário para a criação do produto. Camilla é a primeira experiência italiana de cooperativa alimentar. Na prática, é uma experiência de consumo diferente, mais participativa e consciente, resultando no que pode ser definido como um supermercado autogerido pelos seus frequentadores, e com responsabilização do consumidor.
Camilla baseia-se na autogestão. Participando ativamente na seleção de produtos e fazendo a gestão do fornecimento, distribuição e vendas. Para comprar na Camilla é necessário ser membro da cooperativa e assim apoiar toda a atividade. Os associados devem aderir e contribuir com três horas de seu tempo por mês para a gestão da loja. Com o trabalho voluntário, reduz os custos com pessoal e consegue oferecer preços justos para os produtores e associados.
A loja vende principalmente produtos alimentares provenientes de cadeias de abastecimento orgânicas e sustentáveis (embalados e a granel, com inclusão progressiva de vegetais e frutas frescas, queijos e carnes). O documento de referência para produtos alimentares é o “Diretrizes para Escolha de Produtores”, que define os requisitos específicos com base no tipo de produto. O grupo trabalha constantemente num sistema de avaliação, verificando a qualidade dos produtores e a adesão aos princípios de Camilla.
A seleção de produtos na Camilla é vista como uma ferramenta para proteger e capacitar as comunidades, confiada a um grupo de trabalho dedicado, composto por membros competentes. Os critérios fundamentais para a seleção dos produtos incluem: produção agrícola orgânica, biodinâmica ou equivalente; sustentabilidade ambiental e social; transparência nos relacionamentos; redução de embalagens; apoio aos produtores em dificuldade; novas cadeias de abastecimento; e a disseminação de produtos a granel.
Camilla promove cadeias produtivas curtas e locais e o conhecimento direto dos produtores, fomentando um relacionamento construtivo e transparente entre as entidades envolvidas na cadeia de abastecimento, desde a produção ao consumo. Incorpora o conceito de “troca mútua” entre cooperados e cooperativa: produtos de excelência a preços acessíveis em troca de um turno de trabalho voluntário para o funcionamento da loja.
Além da oportunidade de compras solidárias, éticas e sustentáveis, os associados são incentivados a participar ativamente em diversos aspetos da vida cooperativa. Organizam reuniões de literatura alimentar, centrando-se nas cadeias de abastecimento éticas que combatem a exploração e o tráfico de seres humanos, discussões aprofundadas sobre sistemas participativos de garantia para produtores de alimentos e reuniões sobre cadeias de abastecimento de produtores.
Em 2019, a cooperativa iniciou-se com 56 membros fundadores, atualmente existem 475 cooperadores. Camilla organiza reuniões com produtores, eventos públicos e expande consistentemente a sua rede de fornecedores, demonstrando que o modelo de loja comunitária também pode funcionar com sucesso em Itália.
A cooperativa agrícola Lentamente é formada por pessoas da província rural de Benevento, no sul de Itália, uma região de emigrantes. Cerca de 5.000 pessoas mudam anualmente de residência nesta província. Esta migração é impulsionada pela falta de transportes, serviços limitados, escassez de emprego de qualidade e falta de oportunidades.
Os membros da cooperativa são pessoas que, após diversas experiências migratórias, regressaram com uma visão mais ampla e renovada da sua terra. Uma terra menos contaminada pela homogeneização cultural industrial e, sobretudo, mais rica em património cultural imaterial e preservação de conhecimentos antigos.
Estes cooperadores relacionaram a agricultura com os aspetos sociais, valorizando o território e as pessoas e utilizando o trabalho agrícola e a alimentação como ferramentas de integração e desenvolvimento, atendendo às necessidades de quem vive na região. Concentram-se na pesquisa de práticas agrícolas alternativas sem o uso de compostos químicos, de métodos agrícolas invasivos e de exploração excessiva da terra.
Paralelamente envolvem os indivíduos mais desfavorecidos e pessoas com deficiência, sensibilizando e informando as famílias e a sociedade, com o objetivo de possibilitar aos participantes construírem um caminho de futuro e contribuírem com ações concretas para acrescentar valor ao território.
O grupo de cooperadores Lentamente tem conseguido realizar inúmeras atividades e pretende tornar-se um verdadeiro centro de formação e orientação no domínio agrícola, ajudando as vítimas de exploração laboral. Com cursos de formação especializada em culturas locais, como a poda de oliveiras e videiras.
A cooperativa recebeu em 2022 o Prémio ILC – International Land Coalition, a maior e mais abrangente aliança que trata dos direitos da terra, uma verdadeira aliança global da sociedade civil que engloba organizações de agricultores e agências das Nações Unidas.
A cooperativa Lentamente produz trigo, farinha, vegetais frescos, legumes, mel, creme de avelã, macarrão e molho de tomate. Possui um laboratório de transformação e um laboratório de acondicionamento de mel, e gere vários hectares de terreno onde também produz azeite e vinho.
Os resíduos urbanos de Lisboa e de mais 18 municípios da região são tratados e valorizados através de um sistema integrado, que produz energia elétrica e materiais diversos. O sistema é gerido por uma empresa de capital privado e público, a Valorsul.
A principal unidade produtora de energia elétrica faz a incineração de resíduos sólidos urbanos indiferenciados, à temperatura de 900 graus Celsius, em três fornos, cada um com capacidade de queimar 28 toneladas de resíduos por hora. Através de um sistema turbogerador o calor dos fornos é transformado em energia elétrica, que é injetada na rede nacional.
Cada tonelada de resíduo queimado gera 587 kWh de energia elétrica, dos quais 89 kWh são consumidos a operar o sistema. A energia restante é injetada na rede elétrica nacional. Localizada em S. João da Talha, esta unidade recebe diariamente cerca de 1000 toneladas de resíduos sólidos que transforma numa quantidade de energia suficiente para abastecer uma cidade com 150.000 habitantes.
Cada tonelada de resíduos incinerados também produz cerca de 200 quilogramas de escórias, que são separadas. As metálicas vão para reciclagem, para serem transformadas em matéria-prima. As outras são submetidas a um processo de maturação, do qual resulta um agregado artificial utilizado pela engenharia civil sobretudo na construção de rodovias, em substituição de materiais naturais. Este produto tem certificação de marca CE.
A Valorsul também produz energia elétrica em outras três unidades, pela queima do biogás gerado pela fermentação de resíduos biodegradáveis através do processo de "digestão anaeróbia" (tratamento em ambiente fechado e ausência de oxigénio). Nestas unidades é também produzido um composto orgânico para aplicação em jardinagem, espaços verdes e culturas agrícolas arbóreas e arbustivas.
A produção média anual de energia elétrica pela Valorsul é de 350 GWh. Este valor é obtido a partir de somente 20% de todo o lixo doméstico produzido em Portugal, quantidade que corresponde aos resíduos produzidos pelos 1,6 milhões de habitantes da área de intervenção da empresa. Isto significa que em Portugal a produção de energia elétrica a partir de resíduos urbanos tem um grande potencial de crescimento.
As centrais de biogás são um dos tipos básicos de fonte de energia renovável. O biogás é produzido por processos bioquímicos de decomposição anaeróbica da matéria orgânica. A matéria-prima pode ser biomassa cultivada de forma eficiente, resultante de resíduos agrícolas ou resíduos orgânicos. O biogás é um excelente substituto ecológico do gás natural porque a sua produção não gera resíduos que prejudicam a natureza.
Numa central de biogás, o processo de fermentação controlado converte biomassa húmida em biogás. É utilizado de forma predominante em cooperativas agrícolas, pois podem processar de forma eficiente fezes líquidas e sólidas de gado, assim como silagem. As centrais de biogás produzem eletricidade e vapor quente, continuamente ao longo do ano. A eletricidade é incorporada na rede e o vapor é utilizado para o aquecimento de casas familiares, aquecimento de água, produtos agrícolas, etc.
De acordo com a Associação Checa de Biogás, 481 centrais de biogás estavam instaladas no país no final de 2013, com uma capacidade total instalada de 363,24 Mw, e uma quota de energia gerada de 20,7%, ou seja, aproximadamente 2,5% da produção total de electricidade da Chéquia.
Ao contrário das centrais eólicas ou solares, o biogás é uma fonte renovável regulada. O biogás pode ser armazenado e a energia pode ser gerada mesmo em caso de condições climáticas adversas ou precárias. Não gera resíduos, e pode tratar os resíduos de geração de energia elétrica e térmica contribuindo para a recuperação de resíduos biodegradáveis numa determinada região.
A central de biogás da aldeia de Ostřetín tem uma potência elétrica de 844 Kw e é utilizada para processar os excedentes da produção agrícola.
Esta central tem três componentes. Num local são preparados e remisturados os excrementos do gado, o estrume, a biomassa dos campos e a silagem. O núcleo da central de biogás são dois fermentadores, onde o biogás é produzido, e um tanque de putrefação. A última parte é constituída pelo motor, onde é queimado o gás, e pelo gerador, que produz a corrente elétrica. Todos os materiais são submetidos à fermentação anaeróbica no reator, cujo produto é o biogás, adequado para combustão em unidade de cogeração. A produção da unidade de cogeração é a energia elétrica, que sai para a rede pública de energia das centrais de distribuição, sendo uma parte utilizada para aquecer os fermentadores. O restante produto da biomassa pode ser utilizado como fertilizante para produção agrícola e o restante calor é utilizado para aquecimento na área agrícola e negócios vizinhos, como um serviço de automóveis, um secador de madeira, etc. O projeto é único, pois o calor residual também é usado para aquecer água na cooperativa agrícola.
De um modo geral, as centrais de biogás impulsionam significativamente a agricultura nas zonas rurais. Além disso, trazem novas oportunidades de emprego, reduzem a emissão de gases de efeito de estufa e fornecem calor de forma adequada a residências ou empresas próximas.
O mundo atual de consumo desenfreado e excessivo, de abundância de tudo nos países ricos do hemisfério norte está a causar um enorme impacto no ambiente. O problema não é apenas o desperdício, mas sobretudo a forma como é produzido. Um dos produtos cujo modo de produção tem maior impacto no meio ambiente é a carne. A criação de animais para produção de carne, bem como o processamento de carne, consomem enormes quantidades de água e energia, e os excrementos animais são uma fonte de poluição do solo, da água e do ar. Também contribuem para as alterações climáticas, uma vez que o metano libertado pelos excrementos animais é um dos principais gases com efeito de estufa. Enormes áreas de floresta são desmatadas para pastagem, incluindo as florestas mais valiosas – a Florestas Equatorial e a Amazónia. O consumo de carne contribui para aumentar as desigualdades entre o Sul e o Norte. Ao mesmo tempo, o consumo excessivo de carne nos países ricos aumenta as doenças graves. Outra questão são os aspectos éticos da criação e matança de animais.
A fim de abandonar a dieta à base de carne, estão a ser feitos esforços para reduzir ou abandonar o consumo de carne. O que não é fácil, devido aos hábitos humanos e às tradições culinárias. Outro problema é o desperdício alimentar. Muitas vezes, existem barreiras legais que impedem, por exemplo, alterar a alimentação de crianças em idade escolar. Mas existem bons exemplos de como o fazer.
O município polaco de Izebelin, assumiu o desafio de reduzir o desperdício alimentar nas escolas, onde introduziu um buffet, para que cada criança escolha o que quiser e o que gosta e não haja restos nos pratos. Os restos podem ser levados para recipientes compostáveis. Em três dias da semana a dieta é de buffet e a carne só aparece nos pratos dos alunos às terças e quintas-feiras. As embalagens descartáveis e talheres não orgânicos foram proibidos nas unidades comunitárias. Foram lançados pontos de partilha de alimentos em colaboração com uma ONG, acompanhados de uma brochura “Cozinha de reciclagem” e workshops de culinária com desperdício zero.
“O nosso menu diário é importante para o ambiente e para a luta contra as alterações climáticas” enfatiza Dorota Zmarzlak – a presidente da Câmara, que não é vegetariana e está longe de qualquer tipo de extremismo, mas como ela diz – basta!
A ocorrência de cheias provocadas por precipitações extremas tem-se tornado frequente em Lisboa, sobretudo nas zonas ribeirinhas, devido à crescente ocupação do território e às alterações climáticas.
O Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) visa proteger a cidade dos grandes fluxos de águas pluviais, através da construção – em curso até 2030 – de 6 km de túneis, que funcionam como coletores de chuva, e utilizam transferências de água entre bacias, mitigando os impactos ambientais, económicos e sociais das inundações.
O PGDL inclui bacias antipoluição que armazenam as primeiras águas pluviais, mais poluídas devido ao contato com os resíduos depositados nos pavimentos. A água é levada para tratamento nas três Fábricas de Água da cidade. Uma das bacias antipoluição terá um compartimento que poderá posteriormente garantir um caudal mínimo de água que alimentará uma mini-hídrica que produzirá energia para abastecimento da Fábrica de Água de Alcântara. O PGDL inclui o reforço e reabilitação da rede de saneamento existente.
As três Fábricas de Águas de Lisboa (Alcântara, Beirolas e Chelas) tratam águas residuais e pluviais através de diversos processos físico-químicos e biológicos para separar sólidos e remover matéria orgânica, fosfatos, nitratos e microrganismos patogénicos. Parte dessa água reciclada é submetida à radiação ultravioleta e utilizada na irrigação urbana, na lavagem de pavimentios, no combate a incêndios e na indústria, por meio de um sistema de distribuição com 55 km de adutoras. Outra parte é devolvida ao ecossistema aquático, no caso de Lisboa ao Rio Tejo, em condições ambientalmente seguras.
Mas o potencial de reutilização desta água é ilimitado. Quando submetido a tratamento de ozonização e osmose inversa, pode ser utilizado para consumo humano, como já acontece em Lisboa, com a produção da cerveja da marca Vira.
Os gabiões são estruturas de arame preenchidas com pedra natural, utilizadas em construções desde a época de Leonardo da Vinci.
Estudos mensuráveis mostram que os gabiões têm uma pegada de carbono 80% menor comparada com o betão, devido aos materiais de construção e ao processo de produção ecológico. Os gabiões contribuem para a sustentabilidade a longo prazo do ambiente de várias formas.
A reciclabilidade de 100% dos gabiões é uma prova incontestável da sua importância ambiental para o planeta. O aço utilizado na sua construção é o material mais reciclado do mundo, mais de 90%. Em comparação, pouco mais de 30% de todos os plásticos produzidos na UE são reciclados. O segundo material estrutural dos gabiões são pedras. Os gabiões cumprem rígidos critérios de utilização de materiais de construção naturais.
A durabilidade de longo prazo dos gabiões é pelo menos 50 anos. A utilização dos gabiões permite que as raízes das plantas cresçam por fora e por dentro, o que contribui para a melhoria da sua estática. As folhas dessas plantas captam carbono dos gases de escape dos automóveis, cujo tráfego é uma grande fonte de poluição.
O muro protetor gabião: Teplého ulice, Pardubice – Dukla
As paredes do gabião foram construídas sobre fundações de cascalho que absorvem a água da chuva e se tornam “reservatórios” subterrâneos de água que irriga o solo circundante e as árvores e plantas existentes. As paredes do gabião são feitas de 2/3 de brita, o que dá estabilidade ao muro e aumenta a possibilidade de infiltração da chuva. Na zona circundante foi utilizado o material pétreo residual e impróprio, pedras demasiado grandes ou demasiado pequenas, o que contribuiu para a economia da construção por não desperdício e não remoção de excesso de material.
A passagem pelo muro de gabião é possibilitada através de vielas curvas para que o ruído da rua não passe diretamente.
Não foi cortada nenhuma árvore durante a construção, com as paredes construídas de forma ondular para passar entre as árvores e não perturbar o seu sistema radicular. Na foto, Acer saccharum, as raízes foram cuidadosamente expostas e cobertas com cascalho, a parede foi arqueada sem danificar as raízes - 6 anos após a construção, a árvore está em bom estado. O muro em algumas zonas está coberto com plantas. Graças às fundações e aos caminhos de cascalho, a vegetação tem humidade suficiente mesmo nos meses secos de verão.
As juntas irregulares entre as pedras das paredes sustenta a biodiversidade das espécies, criando abrigos para insetos e pequenos vertebrados, como os lagartos, e as aves.
Para aumentar a função de barreira de ruído, é possível adicionar um geotêxtil na construção dos gabiões. O material mais fino tem maior capacidade de absorver o ruído da rua (menos refletividade e maior área de superfície) e é um bom suporte para as plantas trepadeiras (Parthenocissus tricuspidata, Hedera helix, Campsis e Clematis usadas por serem de crescimento rápido) que refrescam o ambiente nos meses de verão. As trepadeiras fazem parte do efeito anti-ruído do muro e ao mesmo tempo retêm a poeira transportada pelo ar (PM10) da estrada movimentada adjacente.
O programa “LIFE RedBosques” em Espanha centra-se na restauração e conservação de florestas nativas, especialmente em áreas protegidas. A iniciativa visa melhorar a saúde e a resiliência dos ecossistemas florestais e aumentar a biodiversidade.
O programa contribui diretamente para o ODS 15 ao promover a gestão florestal sustentável, restaurar solos degradados e conservar a biodiversidade. Também se alinha com outros objetivos, incluindo o ODS 13 (Ação Climática) através do sequestro de carbono e o ODS 17 (Parcerias para o desenvolvimento) através da colaboração com várias partes interessadas.
O projeto envolve parcerias entre autoridades ambientais, comunidades locais e organizações não governamentais.
As atividades incluem reflorestamento com espécies nativas, controle de espécies invasoras e medidas de prevenção e combate a incêndios florestais.
O programa também tem campanhas educativas e de conscientização para envolver o público em práticas florestais sustentáveis.
Esta iniciativa tem uma abordagem holística para alcançar as metas delineadas no ODS 15, e aborda vários aspetos como a prevenção, restauração, gestão sustentável e envolvimento comunitário. Estas medidas integradas e proativas contribuem para o bem-estar geral dos ecossistemas terrestres e ajudam a combater a perda de biodiversidade.
Em Bialystok, na Polónia, desde 2019 que a Câmara Municipal está a criar prados floridos em vez de relvados tradicionais ou a deixar áreas verdes por cortar. Esta medida tem uma dimensão ecológica, estética e social.
“Queríamos introduzir métodos modernos de manutenção da vegetação nas vias rodoviárias - e ao mesmo tempo amigas do ambiente: melhorar a biodiversidade, mitigar os efeitos das chamadas ilhas de calor e melhorar localmente o microclima. Escolher as misturas de sementes, o período e a intensidade da floração e a resistência à seca. Também queremos que as plantas atraiam os insetos. Existe uma preocupação com a micro retenção da chuva para além da limpeza do ar de partículas prejudiciais PM10 e PM2.5″. - afirma o funcionário da Câmara Municipal de Bialystok responsável pela vegetação. O vice-presidente acrescenta: "No ano passado, 2022, a área dos prados floridos de Bialystok ocupou mais de 8 hectares, este ano irá expandir-se em mais de 2 hectares. Ultrapassámos o objectivo inicialmente estabelecido, de 10 hectares de prados em Bialystok. Este ano serão quase 11 hectares. Aumentámos para 50 hectares a área de espaços verdes não ceifados durante o período vegetativo. No ano passado foram cerca de 36 hectares. Estamos a tomar estas e outras medidas semelhantes em prol da biodiversidade e da proteção ambiental de Bialystok."
Os prados de Bialystok são diversos e desempenham várias funções. Prados perenes multicoloridos ocupam 25% da área total; prados perenes antifumaça - 6%; prados anuais amigos das borboletas - 17%; prados anuais antifumaça - 36%; campos de girassol - 6%; restante área- outras espécies floridas.
A natureza beneficia com a revolução floral – polinizadores benéficos, aves urbanas e outros pequenos animais. Os habitantes ganham espaços e contato com a natureza, ao mesmo tempo que cuidam da qualidade do ar e combatem as alterações climáticas.
Os prados floridos reduzem o custo de manutenção dos espaços verdes, principalmente ao reduzir o corte e a irrigação. O prado é ceifado no máximo duas vezes por ano. Isto economiza não apenas tempo e dinheiro, mas também saúde. Existe estudos que comprovam o elevado efeito nocivo dos gases de escape não filtrados dos motores dos cortadores de relva e dos ventiladores de ar de combustão.
Os prados floridos também têm uma dimensão promocional - são facilmente descritos pelos meios de comunicação social, através dos quais divulgam positivamente a cidade, as suas autoridades e os residentes.
O Corredor Verde de Monsanto integra a estrutura ecológica de Lisboa numa extensão de cerca de 2,5 km, com uma rede de trilhos de cerca de 40 km e uma área de 51 hectares com milhares de árvores e arbustos, jardins e parques, e uma área agrícola. Inclui também equipamentos: um parque infantil, um skate-parque, quiosques, ciclovias e miradouros.
O Corredor liga o Parque Eduardo VII, no centro da cidade, ao Parque Florestal de Monsanto, considerado o “pulmão verde” de Lisboa, com aproximadamente 900 hectares. Além de zonas verdes, Monsanto tem três lagos artificiais, uma Estação de Tratamento de Águas Residuais e um Centro de Interpretação com diversas atividades de sensibilização ambiental.
Este corredor verde, projetado nos anos 70, foi o primeiro e é o mais importante dos nove corredores que ligam importantes zonas da cidade e contribuem para o combate às alterações climáticas e para a concretização do Plano de Ação Local da Biodiversidade de Lisboa, cujo objetivo é aumentar o desempenho da biodiversidade na cidade com a área verde a ocupar 25% da área total em 2025.
Os corredores verdes urbanos são contínuos de unidades que promovem o movimento e a articulação de património histórico, cultural e paisagístico e permitem compatibilizar diferentes usos: ambientais, desportivos, estéticos, culturais e recreativos. Estão pensados para um desenvolvimento sustentável da cidade, pois permitem a proteção da biodiversidade e dos elementos naturais, contribuem para o combate à formação de ilhas de calor e diminuem a poluição atmosférica na cidade. A existência de ciclovias promove a mobilidade sustentável.
Além da função ecológica, os corredores verdes são bastante importantes social e culturalmente, pois melhoram a qualidade de vida das pessoas através do favorecimento da atividade física e relaxamento mental, promovem o turismo com efeitos positivos na economia da cidade e promovem a vida cultural da população, ao permitirem acesso, por exemplo, a anfiteatros ao ar livre.
A cidade de Chrudim possui um Centro de Reutilização ligado a um Pátio de Recolha de objetos usados, criado como parte de um projeto sócio-ambiental, a partir de solicitações públicas. Estes centros fazem normalmente parte dos Pátios de Recolha que se encontram em todas as cidades da Chéquia e permitem aos cidadãos depositar gratuitamente os materiais e objetos. As pessoas que encontrarem algo que lhes seja útil podem comprar esse objeto usado com um pequeno pagamento. No caso de Chrudim, as receitas obtidas com a venda são utilizadas para financiar o canil administrado pela cidade.
Os centros de reutilização trazem benefícios sociais significativos, especialmente se tiverem uma missão social clara, por exemplo, uma empresa social. As atividades de reutilização oferecem um elevado potencial de criação de emprego, uma vez que são exigentes em termos de mão-de-obra (recolha, triagem, limpeza, reparação, etc.). A reutilização e a preparação para a reutilização são essenciais e a sua importância refletir-se-á na gestão de resíduos da Chéquia.
Os centros são utilizados por diferentes pessoas, tanto de meios socialmente desfavorecidos, como por trabalhadores manuais ou entusiastas que não querem comprar constantemente coisas novas e que gostam de ter objetos com uma história, ou querem ajudar o ambiente. Os centros de reutilização também ajudam a reduzir as diferenças sociais pois torna possível que muitos agregados familiares tenham objetos funcionais, embora mais antigos.
A criação de novos centros é apoiada na Chéquia. Os municípios, vilas e outras entidades podem candidatar-se a um subsídio para a construção de centros de reutilização locais “para evitar a criação de resíduos”. O subsídio é de até 85% dos custos elegíveis e, em 2023, o montante mínimo de saque foi de cerca de 20.410 euros.
Os centros de reutilização são um exemplo de economia circular, respeitando os limites do nosso planeta, garantindo a reutilização de materiais, reduzindo a produção de resíduos e criando oportunidades de emprego. Integram-se nas políticas da União Europeia sobre gestão dos recursos naturais e fluxos de materiais, incluindo a legislação sobre resíduos, que devem garantir uma mudança da natureza linear da economia atual para uma economia circular.
O Programa de Desenvolvimento Urbano Sustentável (DUS 5000), foi criado para ajudar as comunidades a alcançar uma transição energética e, ao mesmo tempo, combater o despovoamento rural destas áreas.
O financiamento é destinado aos municípios definidos como “municípios com desafio demográfico”, que têm menos de 5.000 habitantes; e a municípios não urbanos com até 20.000 habitantes, nos quais todas as suas entidades populacionais singulares tenham até 5.000 habitantes.
Esta ajuda visa promover o desenvolvimento urbano sustentável destes municípios com ações relacionadas com a eficiência energética em edifícios e infraestruturas públicas, a promoção de investimentos verdes, o autoconsumo e a mobilidade sustentável.
O município de Ohanes será o primeiro da província de Almería a realizar a instalação de energias renováveis para promover o autoconsumo através do Plano DUS 5000.
O projeto de Ohanes consiste na instalação de sistemas de energia solar fotovoltaica para autoconsumo em nove edifícios ou infraestruturas municipais. Inclui a Câmara Municipal, a estação de tratamento de águas, o Pavilhão Desportivo, o Salão Polivalente 'Los Depósitos', o Salão Polivalente 'Matadero', a Casa Nova, a Escola, o futuro Centro de Interpretação e o Centro Médico.
Para que um projeto seja elegível ao abrigo do programa DUS 5000, deve implementar uma medida que alcance uma redução nas emissões de CO2. As medidas entre as quais se pode escolher são as seguintes:
● Redução da procura e consumo de energia em edifícios e infra-estruturas públicas.
● Instalação de produção de eletricidade renovável para autoconsumo.
● Instalação de geração térmica renovável e redes de aquecimento e/ou refrigeração.
● Luta contra a poluição luminosa, iluminação eficiente e inteligente, Smart Rural e TIC.
● Promoção da mobilidade sustentável.
Os decisores políticos municipais destacam a importância deste programa de investimento para promover a sustentabilidade e as energias renováveis nas zonas rurais.
Renaturalização, meandros e restauração da forma natural do rio Biała em Białystok, cidade do leste da Polónia, capital da região de Podlasie.
A principal parte do projeto foi a renaturalização, ou restauração dos processos naturais do ecossistema. As atividades incluíram a criação de meandros e curvas sinuosas num trecho do rio que antes corria de forma reta. Isto contribuiu para restaurar a forma original do rio e criar um habitat de fauna e flora mais diversificado e ecológico.
Foi também restaurado um lago, proporcionando uma área de retenção adicional de água durante o período de chuva forte. O rio ficou com a capacidade de armazenar água, o que minimiza o risco de inundações.
Foi usada uma comporta de represamento para controlar o nível da água no rio. Um dispositivo mecânico que regula o fluxo de água e mantém o nível ideal de água num determinado trecho do rio. Graças à válvula de represamento, é possível ajustar com precisão o nível da água às mudanças nas condições climáticas e evitar possíveis inundações. O efeito final foi o aumento da segurança nas áreas urbanas circundantes.
O investimento ajudou a criar um ambiente esteticamente agradável, mas também é uma resposta às mudanças nas condições climáticas. Chuvas cada vez mais frequentes e intensas desafiam os sistemas de água da cidade. As obras no rio Biała visaram a adaptação a estas mudanças, criando um reservatório de retenção que controla eficazmente o fluxo de água, minimizando o risco de inundações.
Os efeitos da obra foram visíveis após a conclusão do projeto. Surgiram novas espécies de peixes, plantas e aves e áreas naturais começaram a atrair residentes e turistas. O desenvolvimento de infraestruturas ao longo do rio, como ciclovias, a restauração do caráter natural do local e a criação de enclaves verdes fizeram desta parte do Rio Biala um local amigável para os residentes de Bialystok.
O investimento foi financiado pelo orçamento da cidade de Bialystok e as obras foram realizadas entre 2015 e 2016.
A reconstrução do Rio Biala, implementada pela cidade de Bialystok, esteve entre os três projetos premiados em 2022 no concurso da Direção-Geral de Proteção Ambiental para o Prémio de Paisagem Polaca.
No final de 2023, as 24 hortas e quintas municipais de Lisboa ocupavam 16,4 hectares de área da cidade (10.005 hectares). Além destes espaços municipais existem pequenas hortas em 70 escolas públicas, com fins educativos e de abastecimento comunitário, e em alguns casos experimentando o cultivo hidropónico.
A agricultura sempre existiu nas cidades e em Lisboa há notícias da existência de hortas e quintas desde a época romana. Em meados do século XX as hortas multiplicaram-se desordenadamente devido às migrações de populações rurais para a capital e a uma economia de subsistência. A regulação destes espaços foi-se impondo pelo crescimento da ocupação imobiliária do território urbano e pela necessidade de ordenamento. No início do século XXI, juntaram-se-lhes as preocupações ambientais.
As 21 hortas municipais em exploração (9,7 hectares) estão divididas em 850 talhões para cultivo, que são atribuídos por concurso público. O principal critério é a distância a que o cidadão reside, com o objetivo de as hortas também terem uma função de socialização comunitária.
Além das hortas, a agricultura em Lisboa integra a Quinta Pedagógica dos Olivais (2 hectares dedicados à ligação entre o campo e a cidade), uma vinha com 2 hectares (explorada em parceria com uma empresa vitivinícola), um pomar com 2,7 hectares (explorado em cooperação com o Estabelecimento Prisional de Monsanto).
Muitas das áreas agricultáveis de Lisboa estão integrados nos espaços contínuos dos corredores verdes da cidade, como é exemplo o Parque do Zé Pinto, em Campolide, que possui um prado de sequeiro biodiverso, integrado no Corredor Verde de Monsanto. Os prados de sequeiro são mais ecológicos de que áreas relvadas, por não consumirem água de rega e serem ricos em leguminosas que fixam o azoto atmosférico. Já existem 5 hectares de prados de sequeiro em Lisboa, contribuindo para a biodiversidade e equilíbrio do ecossistema urbano.
O monumento natural Na Plachtě está localizado na parte sudeste da cidade de Hradec Králové, na proximidade de um tecido urbano que representa uma ameaça ao habitat natural.
"Na Plachtě" foram registadas até agora cerca de 720 espécies de plantas superiores, 69 espécies de musgos, 107 espécies de fungos e 2.250 espécies de animais que podemos encontrar em florestas, prados ou zonas húmidas. Destas, cerca de 107 estão protegidas pela legislação checa (espécies ameaçadas, gravemente ameaçadas e criticamente ameaçadas) e, além disso, 19 espécies têm importância europeia. Várias espécies de animais existentes em Na Plachtě têm aqui a sua única ou uma das poucas ocorrências em toda a Chéquia. Tanto do ponto de vista botânico como zoológico, o monumento natural Na Plachtě é considerado único, e a sua singularidade aumenta devido a estar em contacto com a cidade.
Desde a década de 1960, têm sido feitos esforços para destruir Na Plachtě. No final da década de 1980, foi iniciada a construção de uma rede de esgoto para um conjunto habitacional para 19 mil pessoas, o que implicava a transferência de animais protegidos, mas à última hora o projeto foi abandonado.
Em 2008, houve uma série de planos para construir em Na Plachtě um conjunto habitacional da IPB Real (ORCO Property Group), armazéns e edifícios de escritórios da Kelcom International e Turck IMO. Depois, em 2009, a construtora STAKO devastou terras habitat de espécies especialmente protegidas, levando 1.300 toneladas de resíduos para áreas de hibernação dos anfíbios.
Desde a década de 80, os conservacionistas têm lutado para declarar Na Plachtě uma área protegida. Em 1998, Na Plachtě foi declarada protegida como monumento natural com duas áreas: Na Plachtě 1 e Na Plachtě 2. O que não garantiu proteção suficiente aos habitats únicos. Um exemplo simples são os anfíbios, cujos locais de inverno estavam localizados fora das áreas Na Plachtě 1 e 2. Como resultado, os conservacionistas iniciaram a designação do monumento natural Na Plachtě 3, bem como a proteção desta área incluindo-a na rede europeia de áreas protegidas Natura 2000. Também iniciaram uma mudança no plano de zoneamento da cidade de Hradec Králové para transferir o uso das áreas de desenvolvimento residencial para as áreas da vegetação.
Uma campanha pública, incluindo uma petição, contribuiu para apoiar a expansão do monumento natural. A petição foi encerrada em 20 de novembro de 2009 e apoiada por 14.000 cidadãos. A petição ajudou muito a anunciar o monumento natural Na Plachtě 3 em 2012.
A Europa produz anualmente cerca de 300 milhões de toneladas de biorresíduos, com potencial para gerar mais de 30 milhões de toneladas de hidrogénio.
O projeto europeu HYIELD consiste na implantação da primeira central de transformação de resíduos em hidrogénio em escala industrial da Europa. O projeto, com um investimento de 15,5 milhões de euros, foi cofinanciado em 10 milhões de euros pela Parceria para o Hidrogénio Limpo através do programa Horizon Europe, tem como objetivo desenvolver uma tecnologia inovadora que transforma bio resíduos em hidrogénio verde. Terá a duração de 4 anos e envolve 16 parceiros de Espanha, França, Luxemburgo, Noruega, Alemanha e Suíça.A central utilizará a tecnologia de gaseificação CleanTech da WtEnergy Advanced Solutions e o reator de separação por membrana da H2Site. Será implantada numa fábrica de cimento CEMEX, em Alcanar, onde o hidrogénio verde será utilizado na produção de cimento. A central deverá processar mais de 2.000 toneladas de resíduos e produzir aproximadamente 400 toneladas de hidrogénio verde, que será testado como combustível limpo para diversos usos industriais.
Durante o desenvolvimento do projeto diversas tecnologias e processos serão integrados para converter eficientemente fluxos de bio resíduos em hidrogénio verde de alta pureza a um custo altamente competitivo. O objetivo é demonstrar a sua aplicabilidade no auxílio à descarbonização de diferentes setores, incluindo o transporte marítimo, a aviação e as indústrias com utilização intensiva de energia.
A descarbonização de um elemento como o hidrogénio - atualmente responsável por mais de 2% das emissões totais de CO₂ do planeta - dando lugar a hidrogénio verde é um aspeto fundamental para uma descarbonização global.
A Gioosto tem sede no sul da Itália, na província de Benevento, num armazém que reúne cerca de 1000 produtos diversos sustentáveis, produzidos com matérias-primas orgânicas de cerca de 100 empresas. A Gioosto oferece uma seleção de produtos de excelência genuinamente sustentáveis.
A loja funciona online e os produtos são enviados pelo sistema de transporte B2B.
Cada produto é sujeito a uma análise prévia do seu método de produção e também da empresa produtora. O objetivo da Gioosto é atuar sobre o custo ambiental na produção de bens, com ações concretas para a sustentabilidade. Tem uma abordagem holística ao problema das alterações climáticas em relação com as necessidades económicas e de sustentabilidade das empresas.
O método de seleção dos produtos envolve a utilização do índice NeXt, uma ferramenta desenvolvida nos últimos anos com análise e estrutura de estudo de alta qualidade e reconhecida como marca de certificação pela Comissão Europeia. O NeXt mede a sustentabilidade considerando seis pilares: Cadeia de suprimentos, Relacionamento com o meio ambiente, Pessoas e ambiente de trabalho, Atitudes em relação à comunidade local, Gestão da organização e Relacionamento com clientes.
O objetivo do portal Gioosto é criar espaço para novas oportunidades de negócio de entidades inovadoras e responsáveis, muitas vezes pequenas ou frágeis, agregando-as numa massa crítica.
Criar caminhos para a cidadania e incentivar a escolha consciente para promover práticas e produtos sustentáveis
Objetivos do portal Gioosto, para:
Apesar dos sistemas de armazenamento e transporte italianos serem mais eficientes no Nordeste, a Gioosto decidiu abrir o seu armazém numa zona rural do sul de Itália para enfrentar o desafio da típica falta de emprego nas zonas interiores do sul.
A cidade de Bialystok (Polónia) desenvolveu um Plano de Adaptação às Alterações Climáticas até 2030 como parte do projeto governamental Desenvolvimento de Planos de Adaptação às Alterações Climáticas para Cidades com População superior a 100.000 habitantes.
Os trabalhos começaram em Janeiro de 2017 e duraram 24 meses, abrangendo áreas e medidas para mitigação dos efeitos e riscos das alterações climáticas. O documento é essencial para candidaturas a subvenções da UE para projetos de combate às alterações climáticas.
As principais áreas de atuação do plano são: gestão de água, transportes, uso da terra e saúde pública.
Alguns exemplos de atividades são: a modernização e expansão do sistema de esgotos, a construção de reservatórios de retenção e a criação de infraestruturas verdes para mitigação térmica.
O projeto também inclui a adaptação aos riscos térmicos (incluindo as chamadas noites tropicais - com temperaturas que não descem abaixo de 20º C) e os relacionados com precipitação, inundações e alagamentos.
O Plano de Adaptação às Alterações Climáticas da Cidade de Bialystok até 2030 tem seis objetivos estratégicos:
1. Criar um Sistema de Apoio à Decisão;
2. Criar um Centro de Educação para a Adaptação às Alterações Climáticas;
3. Reforçar a capacidade dos serviços;
4. Adaptação aos riscos térmicos;
5. Adaptação à precipitação e aos riscos de inundação/subterrâneas;
6. Considerar as alterações climáticas no ordenamento do território.
Para melhor combater os efeitos das alterações climáticas, o plano identifica ações nas seguintes áreas:
Mudanças organizacionais - Adaptar as regulamentações locais, inclusive sobre planeamento urbano, para melhor enfrentar os riscos climáticos; organização de espaços públicos, regras de emergência e melhoria do trabalho dos serviços municipais e sistemas de alerta de perigo.
Atividades de informação e educação - Introduzir atividades de informação e educação que aumentem a consciência pública sobre as alterações climáticas; promoção de boas práticas de adaptação para salvaguardar a cidade e os seus residentes.
Atividades Técnicas - Investimento em novas infraestruturas ou na modernização das existentes para proteger a cidade dos efeitos negativos das alterações climáticas.
A cidade de Lisboa tem 67 bairros sociais, que abrigam famílias mais carenciadas e contribuem para a sua integração social. Três deles são considerados eco-bairros: Boavista, Cruz Vermelha e Padre Cruz, o maior da Península Ibérica com cerca de 20.000 habitantes. Estes bairros, construídos entre as décadas de 40 e de 60 do século passado, têm sido objeto, nos últimos anos, de um programa de realojamento devido à degradação das habitações anteriores, com construção de habitações ambientalmente sustentáveis.
Os novos edifícios construídos são mais acessíveis, com rampas de acesso e um desenho arquitetónico que possibilita futuras adaptações das unidades de alojamento para novas configurações familiares. Os edifícios estão construídos e equipados com: i) um maior nível de isolamento que protege da humidade e contribui para a redução do consumo de energia; ii) painéis solares que fornecem água quente para cada apartamento; iii) coletores de água da chuva para rega de pequenas hortas; iv) entradas de luz em todas as direções para aproveitar a luz natural; v) utilização da água dos banhos para descargas sanitárias.
Além da habitação que torna estes bairros exemplos de sustentabilidade ambiental, inclusão social e desenvolvimento local existem outras medidas a contribuir para tal. No bairro da Boavista, mais especificamente, foram instaladas tecnologias de energias renováveis em edifícios comunitários, como os painéis solares que aquecem a água da piscina do bairro, foi criado um circuito pedonal (“PediBus”) e foi concedido acesso gratuito à Internet no bairro (“Net-Verde”).
Nos três bairros foram realizadas ações de sensibilização ambiental através do website Eco-Bairro e das redes digitais, de atividades desportivas e recreativas. Foi também promovida a educação para o consumo responsável de água e energia e poupança nos seus custos, com monitorização através de mediadores comunitários.
As áleas fazem parte da paisagem checa porque porque aumentam e melhoram a permeabilidade da paisagem, são um elemento estético importante e melhoram as condições de biodiversidade. Ao mesmo tempo, dão relevo a áreas dominantes na paisagem e conduzem os visitantes a interessantes formações naturais, comunidades ou estruturas.
Na Boémia, as primeiras menções a áleas remontam à época do Rei Carlos IV. As primeiras áleas documentadas localizavam-se no território da capital, Praga, e ligavam partes significativas da cidade. A maioria das áleas arborizadas foram construídas no período barroco, quando a nobreza as utilizava para destacar as calçadas dos seus castelos e pátios. As copas das árvores eram ajustadas simetricamente. As espécies de árvores mais usadas eram a tília, carvalho e choupo. No campo, as áleas eram a maior parte das vezes constituídas por árvores frutíferas. No reinado de D. Maria Teresa 1752, existia o dever de plantar árvores ao longo das áleas, sendo recomendadas a tília, amoreira, sorveira, freixo, nogueira e árvores de frutos silvestres.
Um bom exemplo é a aldeia de Sobětuchy, que fica não muito longe da cidade de Chrudim. A aldeia situa-se num cruzamento imaginário entre a paisagem urbanizada de Polabí e o território paisagístico protegido de Železné Hory. É a quinta zona urbanizada com maior densidade demográfica na Chéquia e há um esforço para devolver características paisagísticas naturais à zona. Neste caso, a plantação de uma avenida arborizada, Perný kopec, com 656 m de extensão. O objetivo foi restabelecer a ligação entre os municípios vizinhos de Sobětuchy e Rabštejn Lhota, aumentar a biodiversidade e a oferecer aos cidadãos um local para passear.
Em 2019, foram recomendadas 78 árvores e 520 arbustos para plantio. As principais espécies são, o carvalho roble, a pereira, a macieira silvestre, o bordo campestre, tília de folha pequena, a cerejeira brava e cinco variedades de arbustos.
Em 2020, por proposta dos cidadãos baseada nas tradições históricas, foi construído um pequeno elemento eclesiástico na álea, a “Capela dos Quatro Santos”.
O Plano de Adaptação às Alterações Climáticas Saragoça 2030 (PACCZ) foi desenvolvido em 2020, como parte dos compromissos assumidos pela Câmara Municipal de Saragoça no âmbito do Pacto Europeu de Autarcas para o Clima e a Energia. O PACCZ, aprovado pelo governo de Saragoça a 13 de abril de 2023, estabelece o quadro das ações de adaptação. O plano permite que a cidade esteja preparada para enfrentar as consequências das alterações climáticas e reduza o seu impacto na saúde, na economia e no ambiente.
A resposta às alterações climáticas exige a implementação de medidas em duas linhas:
● Mitigação de causas:
- Redução das emissões de gases com efeito de estufa (medidas de eficiência energética, redução do consumo de combustíveis fósseis, melhoria da gestão de resíduos, etc.)
- Aumentar a captura de CO2 através da criação de sumidouros (como por exemplo, florestas urbanas)
● Adaptação às consequências:
- Preparar as cidades para as alterações de curto, médio e longo prazo
- Evitar e reduzir impactos e riscos de forma a tornar a população e os ecossistemas menos vulneráveis
O documento baseia-se na análise de risco e vulnerabilidade realizada para o PACES 2030 e apresenta a situação atual da cidade em relação aos riscos climáticos das próximas décadas.
O calor extremo e as inundações são identificados como as maiores ameaças da cidade, com impacto em vários sectores e na população.
Os riscos de frio extremo, secas, ventos, incêndios florestais, alterações químicas do ar e da água e riscos biológicos são classificados com um nível de ameaça moderado.
Os extremos de precipitação e os movimentos de massa representam o menor grau de ameaça climática.
O plano tem 9 áreas de ação que abrangem saúde humana, água e recursos hídricos, infraestruturas verdes, biodiversidade, património natural, áreas protegidas, entre outros. No total, são 47 medidas que implicam uma reconsideração do desenho e gestão da cidade, procurando envolver outras administrações, entidades e sociedade civil de forma a combinar esforços e alcançar objetivos comuns.
Áreas de Ação:
1. Saúde Humana
2. Água e Recursos Hídricos
3. Infraestruturas Verdes, Biodiversidade, Património Natural e Áreas Protegidas
4. Agricultura e Alimentação
5. Mobilidade e Transporte
6. Planeamento Territorial e Urbano, Edificação e Energia
7. Educação e Sociedade
8. Outros Setores, Indústria e Serviços, Sistemas Financeiros e de Seguros, Turismo
9. Pesquisa e Inovação
O PACCZ foi aprovado em 2023, e o primeiro projeto será implementado nos próximos meses.
Benevento é um centro urbano pequeno, mas é considerado um centro urbano importante no interior sul italiano. Devido à sua localização central na região e ao baixo desenvolvimento urbano e de transportes na área, é possível aceder a áreas naturais e parques nacionais a poucos quilómetros da cidade.
O WWF Sannio, em colaboração com a Universidade Agrária e com a contribuição da Fundação para o Sul, iniciou o projeto Sveliamo la Dormiente (Acordar a Dorminhoca). Dormiente é o nome da montanha mais próxima da cidade de Benevento, onde se encontra o Oásis de Taburno.
O projeto visa promover uma maior sustentabilidade na utilização do parque por parte dos visitantes ocasionais e regulares, aumentando o seu conhecimento das estruturas, serviços, bens e recursos naturais. Pretende-se aumentar a participação dos cidadãos e dos turistas. As ações ligadas ao uso correto dos recursos do parque incluem:
1. Mapeamento, classificação de trilhos e criação de mapas digitais e em papel.
2. Manutenção dos trilhos com pequenas intervenções de forma a garantir uma utilização segura.
3. Organização de eventos de promoção dos trilhos e dos seus recursos ambientais, históricos e gastronómicos.
4. Compilação de um atlas da flora e fauna do parque a partir dos dados coletados em ações de monitorização e conservação.
O projeto é uma parceria de profissionais qualificados e especialistas, associações locais conhecedoras do território e instituições-chave na gestão e políticas de conservação de bens públicos.
A componente científica da parceria recolhe, monitoriza e processa dados, partilhando o conhecimento com as comunidades locais.
O projeto inclui seminários e atividades educativas, formação de operadores florestais para promover a difusão de espécies florestais e a promoção da gestão de uma floresta sustentável. O projeto também possui site e páginas em redes sociais, assim como iniciativas de comunicação.
O Oásis de Taburno desempenha um papel crucial na conservação da biodiversidade local, contribuindo para a manutenção de um ambiente equilibrado e permitindo a presença de espécies vegetais e animais únicas na região.
O envolvimento público no desenvolvimento de fontes de energia renovável é fundamental. Sem ele, os investimentos em em fontes de energia renováveis podem encontrar resistência pública. Por exemplo: turbinas eólicas – vibração e ruído, painéis fotovoltaicos – perturbação da paisagem, as centrais de biogás – mau cheiro. Se os habitantes locais forem incluídos nos lucros provenientes das centrais eólicas, fotovoltaicas ou de biogás, a sua percepção do incómodo muda totalmente. As cooperativas energéticas são uma boa forma de vencer a resistência dos residentes locais. Uma cooperativa energética é uma organização que agrega a população local, unidades governamentais locais e empresas que operam na área da energia renovável com o objetivo de construir novas instalações de energia renovável ou melhorar instalações de energia renovável já existentes, utilizando os recursos disponíveis localmente. A cooperativa permite a divisão dos custos de investimento por um maior número de entidades, possibilitando a oportunidade de construir instalações mais eficientes e abastecer mais consumidores com energia.
No início de fevereiro de 2024, existiam 26 cooperativas de energia na Polónia a produzir energia solar em centrais fotovoltaicas. De acordo com a Lei Polaca de Fontes de Energia Renováveis, o objeto das atividades da cooperativa deve ser a produção de eletricidade, biogás ou calor, exclusivamente para colmatar as necessidades próprias da cooperativa e dos seus membros.
Capacidade permitida:
- Electricidade - a capacidade total instalada de todas as instalações de fontes de energia renováveis permite à cooperativa e aos seus membros cobrir pelo menos 70% das suas próprias necessidades e não excede 10 MW,
- Calor - a potência térmica total não pode exceder 30 MW,
- Biogás - a capacidade anual de todas as instalações não pode exceder 40 milhões de m3.
As cooperativas de energia existem tanto em áreas rurais como urbanas.
Os exemplos polacos incluem a cooperativa municipal de energia Otwarty Jazdów em Varsóvia, ou a Cooperativa de Energia Michalowo localizada perto de Bialystok, no município de Michalowo.
Entre 2017 e 2021 a cidade de Lisboa quadriplicou a capacidade fotovoltaica cumulativa instalada em edifícios, passando de 2MW para 8MW. Lisboa é a terceira cidade da Europa com mais horas de Sol e com boa exposição solar de 40% dos telhados dos seus edifícios, o que equivale a um potencial de geração de energia igual a 95% do que foi o consumo de eletricidade da cidade em 2016.
A Estratégia Solar de Lisboa tem como objetivo chegar aos 103MW (178W per capita) de capacidade fotovoltaica instalada na cidade, em 2030. Esta é considerada uma meta importante para a cidade alcançar a neutralidade climática e erradicar a pobreza energética até 2050.
A maior parte dos painéis solares de Lisboa está instalada em edifícios públicos. Uns por implantação em edifícios de construção anterior, como na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Outros por integração na conceção arquitetónica e de construção dos edifícios, como são os casos da estação ferroviária de Campolide e do edifício Solar XXI do Laboratório Nacional de Energia e Geologia. Este edifício foi concebido integrando tecnologias ativas e passivas, para servir como demonstração de um edifício energeticamente eficiente junto de arquitetos projetistas.
No setor privado destaca-se o complexo de escritórios Natura Towers, dois edifícios que integram painéis fotovoltaicos nas coberturas e nas fachadas, a par de um sistema de recolha e armazenamento de água das chuvas para rega de um jardim vertical.
A possibilidade de pequenos produtores venderem à rede nacional elétrica a energia que não consomem tem-se revelado um incentivo para a instalação de painéis solares por privados, assim como a atribuição de subsídios para o seu financiamento.
Outra possibilidade importante é produtores-consumidores e só consumidores se constituírem como comunidade de energia partilhando a produção e consumo de eletricidade. É nesta perspetiva que a Câmara Municipal de Lisboa tem projetada a instalação de uma central fotovoltaica em Carnide, com 2MW de capacidade, para abastecimento de edifícios próprios e de habitações sociais.
A Malaga Night Angels Association é uma organização sem fins lucrativos que se dedica a ajudar as pessoas mais vulneráveis de Málaga. É uma associação livre, secular e apolítica que depende exclusivamente da colaboração de voluntários e doações financeiras, alimentos e recursos para realizar seu nobre trabalho na luta contra a fome.
A organização surgiu em 2007 devido à crescente necessidade de assistência alimentar aos mais necessitados. Todos os dias, a associação fornece pequeno-almoço, almoço e jantar a cerca de 600 pessoas, que geralmente vivem nas ruas ou em condições muito precárias, 365 dias por ano. A associação distribui quase um milhão de refeições por ano, um feito extraordinário, e também atende a outras necessidades, como roupas, produtos de higiene, cobertores, etc., quando as doações permitem.
Para ajudar a erradicar a fome na província de Málaga, a associação recebe doações de indivíduos, bem como de empresas e instituições locais. Anteriormente, as pessoas necessitadas tinham que esperar em longas filas ao ar livre para receber comida da associação. No entanto, a associação tem trabalhado incansavelmente para construir uma cozinha refeitório para que essas pessoas pudessem ter uma refeição sob um telhado e num lugar decente.
A nova cozinha-refeitório é um edifício de 300m2, um testemunho do compromisso inabalável da associação para ajudar os necessitados. Foi inaugurado em 14 de maio de 2016 e é onde a associação prepara e distribui alimentos para as pessoas mais desfavorecidas que vêm até à ONG. Os esforços da associação são verdadeiramente inspiradores e o seu impacto na comunidade é imensurável.
Lisboa é conhecida como a cidade das sete colinas, o que, em princípio, é uma dificuldade para uma larga utilização da bicicleta como meio de transporte citadino de baixo custo.
Mas a cooperativa Drive Impact, com um projeto denominado Ciclopes, tem vindo a contornar esse obstáculo dando formação específica às crianças e adolescentes dos bairros sociais para o uso da bicicleta. É um projeto educativo promotor da mobilidade suave e ativa, a par da inclusão social e da integração das pessoas no território da cidade.
O mote do projeto Ciclopes é “Achata colinas. Achata preconceitos. Achata desigualdades.”
Se “Achata colinas” é a consigna simbólica, “Achata preconceitos” é uma palavra de ordem chave porque se refere a um aspeto central do projeto que é desconstruir o preconceito de que a bicicleta é um transporte para pobres. Preconceito naturalmente arreigado entre populações com fracos rendimentos económicos como são as dos bairros sociais, que têm no automóvel o objeto privilegiado do seu desejo de ascensão socioeconómica.
Também a consigna “Achata desigualdades” se refere a outro aspeto essencial que é a de conferir aos adolescentes a capacidade de se deslocarem autonomamente para fora dos seus bairros, usando a bicicleta para descobrirem o território da cidade.
O projeto disponibiliza bicicletas que empresta durante períodos de tempo determinados, dá formação para o seu uso e trânsito na cidade e, também, para as reparações de manutenção das bicicletas.
O projeto funciona desde dezembro de 2020. Em três anos mobilizou mais de 2.200 participações de pessoas, em mais de 200 eventos, com cerca de 850 horas de atividades.
Este projeto relaciona-se com uso da bicicleta que tem sido promovido em Lisboa. Em 2017 existiam 90,5 Km de ciclovias; em 2020, ano da Capital Verde Europeia, eram 125,8 Km; em Novembro de 2023 são 173 Km e a rede continua em expansão. Importante tem sido igualmente a frota municipal de bicicletas partilhadas, também em expansão: são cerca de 1.600, estacionadas em 130 locais. O custo da sua utilização é o seguinte: passe anual de 25€, mensal de 15€, diário de 2€.
El Encinar é uma associação sem fins lucrativos comprometida com a promoção e venda de produtos biológicos, artesanais e alternativos em Granada, especificamente no bairro de Zaidin, desde 1993. É um local de encontro para produtores locais biológicos e pessoas interessadas em experimentar esses produtos e apoiar uma forma de produção alimentar que respeite o meio ambiente.
A associação El Encinar tem as suas instalações no coração de Zaidín, onde os membros e não-membros podem fazer compras durante as horas de trabalho. Ao visitar estas instalações, pode-se obter uma melhor compreensão do que El Encinar é e quem eles são. A associação visa promover a produção e consumo de alimentos biológicos e locais, produtos feitos à mão e alternativos, e incentivar o consumo de produtos sazonais.
Além disso, está empenhada em estabelecer uma relação mais consciente e responsável com a terra, os animais e as pessoas. Procura colmatar a lacuna entre a produção e o consumo, promovendo visitas às explorações agrícolas dos agricultores e dos fazendeiros, informando sobre a forma como cada produto é produzido e o seu custo real. El Encinar oferece aos seus membros produtos para a vida quotidiana e esforça-se para desenvolver um projeto de máximo benefício social, autogestão e solidariedade.
O principal objetivo da associação é fazer a ligação entre produtores e consumidores, aproximando os mundos rural e urbano e fornecendo uma saída para produtores biológicos na Andaluzia que estão interessados em vender os seus produtos em sua terra. Com o seu compromisso inabalável com a promoção de uma vida saudável e sustentável, El Encinar é uma verdadeira jóia para a comunidade de Granada.
A associação vende produtos locais e sazonais a preços justos definidos pelos membros. A prioridade é dada aos produtos cultivados pelos membros que tenham sido cultivados em coordenação com outros produtores, sejam transportados a uma curta distância e cumpram critérios sociais, como o comércio justo e condições de trabalho decentes.
Quando em 2009 a cooperativa social "A Solidariedade" instalou a estufa e criou o ponto de venda, começou a realização de um projeto que criou as condições para a formação e inclusão de pessoas com deficiência, depois de prisioneiros e detidos com medidas alternativas, bem como de jovens em condições de dependência patológica.
O projeto combina um conjunto de valores diferentes que vão da integração social ao desenvolvimento socio-sustentável e à valorização da agricultura social urbana como motor de coesão social. Esta horta, inspirada na teoria e na prática da agricultura social e biológica, está equipado com uma estufa, um jardim ao ar livre e um ponto de venda, o Caffé dell'Orto, um espaço de convívio diurno e noturno que oferece entretenimento alternativo sem máquinas caça-níqueis. É promovida uma cultura ecológica (produção biológica e rigoroso cumprimento das regras de colheita diferenciada, bem como quase zero resíduos), além de um local de venda direta de produtos para as famílias.
Graças a este contato direto contínuo com o público que frequenta o bar, a horta, os eventos culturais e as festas infantis, as pessoas inscritas nos programas de reabilitação personalizados conseguem experimentar uma interação contínua com a comunidade, realizando assim a sua plena participação em todos os aspetos da vida, não apenas no trabalho, mas também no crescimento das habilidades relacionais.
Atualmente, as atividades são divididas em horticultura, bares, pessoas desfavorecidas, fazenda educacional e centro de verão. Desde 2012, existe uma plataforma de trabalho interinstitucional sobre a execução penal alternativa à detenção. A plataforma chama-se "Participar na liberdade" e envolve o Escritório de Execução Criminal Externa do Ministério da Justiça, a Casa Distrital de Benevento, a Caritas diocesana de Benevento, o Município de Benevento e várias entidades do terceiro setor.
Graças ao funcionamento da plataforma, entre 2012 e 2014, 34 pessoas em medida penal alternativa já trabalharam na Horta. No documento “Participar na Liberdade: Stories of a Sentence Gone Well”, publicado em julho de 2014, destaca-se que a recidiva das pessoas envolvidas na plataforma, ou seja, as repercussões penais de pessoas que já haviam cumprido medidas penais, reduziu-se em mais de 75%.
Atualmente o Caffé dell’Orto é animado pelo consórcio de cooperativas sociais e agrícolas Sale della Terra. O consórcio pretende investir em atividades artesanais e permitir que os hóspedes de diferentes extratos sociais que estão seguindo seu próprio caminho concretizem uma verdadeira atividade de trabalho. As atividades agrícolas visam defender os territórios e promover a coesão social, inserindo no mundo do trabalho pessoas frágeis e recuperando territórios em risco de marginalização e abandono.
A palha é usada há séculos como material de construção. Tem sido utilizada em colmo, para selar paredes em estruturas de madeira, para fazer tijolos de palha e barro ou para encher estruturas de casas.
Uma nova utilização - a construção com fardos de palha comprimidos - foi descoberta no final do século XIX com a invenção de prensas para fazer fardos de palha. No entanto, esta tecnologia só foi "redescoberta" nos anos 70, altura em que começou a ganhar popularidade como solução de construção ecológica e sustentável. Em França, a casa mais antiga construída com a tecnologia de fardos de palha data de 1921, o que comprova a antiguidade desta tecnologia.
Na Polónia, a primeira casa de palha foi construída em 2000 e, desde então, foram construídos pelo menos 350 edifícios com esta tecnologia, alguns dos quais são utilizados como casas de férias ou para alugar a turistas. É de salientar que os fardos de palha não são, na maioria das vezes, a estrutura de suporte das paredes da casa, mas sim o enchimento da sua estrutura que é geralmente de madeira. Esta aplicação significa que a construção de uma casa de fardos de palha pode ser feita em grande parte por conta própria, com a aquisição prévia dos conhecimentos relevantes, uma vez que o papel fundamental é o rigor da execução e a prevenção de erros.
A tecnologia de fardos de palha tem encontrado aplicação como enchimento de estruturas de madeira, painéis pré-fabricados de madeira e palha ou estruturas de suporte de carga. Para além disso, é possível isolar telhados, intradorsos e pisos ventilados, o que faz da tecnologia de fardos de palha uma solução versátil.
A utilização de palha pura como material de construção, sem a adição de "produtos químicos de construção", traduz-se num baixo nível de processamento e num impacto benéfico no ambiente. A palha é uma matéria-prima 100% renovável, local e biodegradável. Além disso, o excelente isolamento da palha, tanto térmico como acústico, significa que as casas construídas com esta tecnologia atingem elevados padrões de eficiência energética e de valor para os compradores de casas. É de salientar que esta tecnologia também tem potencial para ser utilizada no isolamento de edifícios passivos, como comprovam os projectos certificados na Alemanha e na Áustria.
A tecnologia de fardos de palha está atualmente a ganhar popularidade como uma solução ecológica e eficiente de construção em todo o mundo. As suas vantagens, como o respeito pelo ambiente, a eficiência energética, a durabilidade e a variedade de aplicações, fazem dela uma alternativa interessante aos métodos de construção tradicionais.
Os fardos de palha foram utilizados na construção de uma casa na turística "Aldeia do Rio Sona", entre outras, de acordo com os princípios da construção natural (reboco de barro e cal, materiais isolantes naturais, tijolo e telha, madeira e pedra de um antigo celeiro e celeiro, pedras do campo).
A UpFarming é uma organização não-governamental que impulsiona a agricultura urbana numa variedade de projetos inovadores, como sistemas hidropónicos e aeropónicos. Com uma abordagem colaborativa e tecnológica, a organização implanta sobretudo hortas urbanas verticais para o cultivo de alimentos frescos e saudáveis em espaços limitados. Em paralelo desenvolve diversas iniciativas para promover a sustentabilidade e a segurança alimentar nas cidades, como workshops e outras atividades educacionais.
As hortas urbanas têm várias vantagens: cultivo de alimentos a uma curta distância de onde serão consumidos, reduzindo o recurso a transportes e assim diminuindo a poluição atmosférica e o uso de embalagens; redução do tempo entre a colheita e o consumo, assim mantendo maior valor nutricional dos alimentos.
Uma das hortas verticais implementadas pela organização situa-se no Estabelecimento Prisional de Torres Novas e é cultivada por cerca de 40 reclusos em conjunto com os guardas prisionais. O objetivo é melhorar a dieta dos reclusos e apoiar famílias do bairro local, através da distribuição de alimentos. Os reclusos obterão uma certificação profissional em horticultura que os ajudará na reinserção social após cumprirem a pena.
A organização também está presente em Alvalade, Lisboa, no Parque Hortícola Aquilino Ribeiro Machado (um antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa), onde procura estimular o envolvimento dos consumidores de todas as idades na prática do processo completo de cultivo de produtos alimentares, o que também produz benefícios para o bem-estar psicológico individual e a coesão social.
A UpFarming implantou e cogere um projeto denominado “Da Escola para a Mesa”, que é um sistema de produção holístico composto por uma horta horizontal, uma horta vertical, um anel agroflorestal e uma estação de compostagem na Escola Básica Dom Luís da Cunha. Os alimentos produzidos na escola são consumidos pelos habitantes do bairro e o processo de cultivo é utilizado como instrumento pedagógico transversal e específico, contribuindo para o bem-estar da comunidade escolar e para a formação de uma geração mais consciente em questões ambientais e alimentares.
A permacultura é uma forma de cultivo harmoniosa e sustentável - que utiliza princípios holísticos e naturais para conceber, criar e manter um ecossistema vegetal. A permacultura, um nome abreviado de cultura permanente (cultivo sustentável), é um conceito holístico e abrangente que visa manter um cultivo sustentável que reflita os padrões naturais e os processos sustentáveis da natureza.
Os princípios fundamentais de um jardim de permacultura incluem:
Diversidade de vegetação: Um jardim de permacultura tem uma diversidade de espécies vegetais, que promove o equilíbrio natural no ecossistema. A combinação de plantas com diferentes funções e propriedades reforça a resistência do jardim a pragas e doenças.
Conservação da água: Um jardim de permacultura é concebido tendo em conta a utilização eficiente de água. A utilização de técnicas de retenção de água, como a cobertura com palha ou folhas, cria condições para a recolha e retenção de humidade no solo.
Manutenção do solo: A permacultura proporciona um solo saudável como elemento chave de um jardim sustentável. A utilização de fertilizantes naturais, a compostagem e o facto de evitar práticas extenuantes, como amassar ou arrastar a biomassa, contribuem para a manutenção a longo prazo de um solo rico em nutrientes e bem estruturado.
Agricultura integrada: A permacultura promove métodos agrícolas sustentáveis, como a plantação de culturas que trabalham em conjunto e formam relações mutuamente benéficas. Esta abordagem minimiza a necessidade de intervenções artificiais e apoia os processos naturais de crescimento.
Proteção da biodiversidade local: Um jardim de permacultura apoia a biodiversidade local, atraindo uma variedade de espécies de plantas, insectos e animais. O que promove a manutenção do equilíbrio natural do ecossistema.
Educação e comunidade: Os jardins de permacultura têm frequentemente uma função educativa, promovendo os princípios de uma vida saudável e incentivando a participação da comunidade. As hortas comunitárias podem servir como um local de partilha de conhecimentos, competências e recursos.
Ao atuar de acordo com os princípios da permacultura, os horticultores beneficiam não só das suas culturas mas também o ambiente e a comunidade local.
As culturas de permacultura podem satisfazer as suas próprias necessidades alimentares, os excedentes podem ser vendidos e proporcionar um rendimento adicional. Além disso, quintas de agroturismo são muitas vezes instaladas junto a jardins de permacultura, proporcionando aos anfitriões rendimentos provenientes do aluguer das instalações, alojamento e pequeno-almoço, e workshops educativos pagos sobre agricultura biológica, transformação de frutos e legumes, colheita e secagem de ervas, fitoterapia, cosmética natural, artesanato, bem como excursões na natureza e outras actividades que podem proporcionar um meio de subsistência aos proprietários de quintas de permacultura.
Uma das muitas quintas de permacultura na Polónia é gerida pela autora, educadora e especialista em permacultura Monika Podsiadła, na aldeia de Podlodek, no município de Michów, Voivodia de Lubelskie (Polónia Oriental). Qualquer pessoa com uma preparação e conhecimentos adequados, pode iniciar o seu próprio jardim de permacultura na cidade ou no campo sem grandes problemas de investimento.
Agroturismo, ecoturismo, museus vivos, ecomuseus - nomes familiares a qualquer pessoa interessada em descansar na natureza, de uma forma que não a prejudique, ou pelo menos que minimize os incómodos ecológicos.
É assim que os proprietários do sítio de ecoturismo "Na Karczaku", localizado no vale do rio Biebrza - a maior zona húmida da União Europeia e o maior parque nacional da Polónia em termos de área - descrevem o projeto:
"Estamos conscientes de que todas as atividades turísticas têm impacto no ambiente, pelo que gostaríamos de, com a vossa ajuda, através do nosso comportamento ecologicamente consciente na quinta de agroturismo "Na Karczaku" e no Ecomuseu, bem como nos trilhos de Biebrza, reduzir o impacto negativo e aumentar o positivo. Estamos empenhados em garantir que a quinta, onde recebemos os hóspedes, bem como as nossas actividades, não causem danos, fomentem a conservação e recriem ou criem condições para uma biodiversidade rica, uma elevada qualidade do ambiente natural, e a manutenção de tradições, de emoções positivas e das relações humanas. Queremos alcançar este objetivo despertando a sensibilidade dos nossos hóspedes para a natureza - a sua beleza e os seus benefícios, promovendo um estilo de vida ecológico, o património natural e cultural da região, encorajando atitudes responsáveis por parte dos consumidores e tomando medidas ativas em defesa do ambiente natural e cultural, vivendo de acordo com as nossas convicções."
Estas palavras são a resposta à pergunta "o que é o ecoturismo", que proporciona um rendimento adicional nas zonas rurais, ao mesmo tempo que cuida do ambiente e da cultura local. O ecoturismo não é apenas relaxar na natureza, mas também atividades como
- workshops para aprender a tecer,
- produção de cosméticos naturais com ervas locais,
- ervas e medicamentos à base de plantas,
- oficinas de artesanato e trabalhos manuais,
- workshops sobre a construção de casas ("hotéis") para insectos
- estilo de vida ecológico e jardinagem natural,
- fabrico e possibilidade de compra de produtos locais,
- observação da vida quotidiana no campo.
O agroturismo na Polónia é uma forma desenvolvida de lazer que atrai turistas nacionais e estrangeiros. A Polónia é rica em paisagens pitorescas, tradições rurais e diversidade natural e cultural, e está a tornar-se o local perfeito para os entusiastas do ecoturismo.
O agroturismo polaco caracteriza-se pela diversidade das suas ofertas. Os turistas podem escolher entre quintas situadas nas montanhas, junto ao mar, junto a rios e lagos ou na floresta. Esta é uma opção ideal para quem procura paz e contacto com a natureza, bem como para quem quer passar o seu tempo de uma forma ativa.
O agroturismo na Polónia também ganha popularidade entre os estrangeiros que procuram experiências originais, longe do turismo de massas em centros turísticos lotados. É de salientar que o agroturismo apoia o desenvolvimento das zonas rurais, estimulando a economia local.
O ReFood é um projeto que consiste na recolha de excedentes alimentares, que seriam desperdiçados, e distribui-os por indivíduos e famílias em situações vulneráveis, através de uma abordagem comunitária e voluntária. Combate a pobreza e o desperdício de alimentos simultaneamente promove a sustentabilidade ambiental e a coesão social. É uma iniciativa de âmbito nacional, com incidência em meios urbanos, que começou a ser replicada em Madrid (Espanha) e Milão (Itália), com perspetiva de também ser no Brasil e Virgínia (USA).
O funcionamento do ReFood baseia-se numa rede de cerca de 60 núcleos e 7500 voluntários que realizam a recolha dos restos alimentares de cerca de 2500 parceiros, como restaurantes, padarias e supermercados. Os voluntários também garantem o armazenamento e distribuição dos alimentos, de maneira adequada e segura, a cerca de 6800 beneficiários registados na rede, proporcionando o acesso a refeições nutritivas e de qualidade.
Todos os meses, o projeto salva 150.000 refeições do desperdício, contribuindo para a diminuição do impacto ambiental dos resíduos. Por mês, o ReFood evita o envio de 1000 toneladas de bio resíduos para aterros sanitários, mitigando a libertação de gases de efeito de estufa associados a esses resíduos.
O ReFood também promove a inclusão social ao fornecer alimentos nutritivos para pessoas e famílias com piores condições de vida, ajudando a combater a pobreza e a fome. O projeto também assegura sustentabilidade financeira pela eficiência económica, já que as refeições são resgatadas a 10 cêntimos cada e a comunidade participa com o seu tempo, alimentos ou outro suporte material.
Outra vantagem importante do ReFood é a conscientização pública sobre questões relacionadas com o desperdício de alimentos e a importância de adotar práticas sustentáveis de consumo e produção. Ao educar a comunidade sobre o impacto negativo do desperdício de alimentos no meio ambiente e na sociedade, o projeto inspira mudanças de comportamento e promove um estilo de vida mais consciente e responsável.
SOS Rosarno é uma associação de promoção social que reúne pequenos agricultores, trabalhadores imigrantes, ativistas, pequenos artesãos e operadores de turismo sustentável.
O objetivo da associação é “promover e praticar a cultura da solidariedade, do respeito mútuo e da não-violência, perseguir a igualdade e a justiça social. Trabalhar para a superação de qualquer preconceito ou barreira, seja cultural, social, burocrática, económica ou física, que possa representar uma fonte de qualquer forma de desigualdade, discriminação, intolerância, xenofobia, racismo, violência e obstáculo à verdadeira integração social e cultural dos indivíduos, independentemente da sua origem, status social e económico, raça, sexo, crença religiosa e convicção política”.
A principal atividade é a organização da produção de citrinos e azeitonas de acordo com os critérios da agricultura biológica e com a garantia de um emprego regular dos trabalhadores.
A associação não realiza atividades de intermediação comercial, mas apenas atividades de coordenação e promoção, em particular com os Grupos de Aquisição Solidária e as lojas EquoSolidali em toda a Itália, garantindo que os produtores aderentes respeitem todos os princípios e condições do projeto e colocando diretamente os grupos de aquisição em contato com os fabricantes.
Através da venda dos produtos a um preço justo - isto é, superior ao imposto pelo mercado da grande distribuição organizada - garante-se uma remuneração justa aos trabalhadores e uma justa compensação aos produtores, criando um pequeno exemplo vivo de uma possível alternativa económica para a Calábria e especialmente para Rosarno, baseada em critérios de sustentabilidade, equidade e convivialidade.
Atualmente, a única fonte de financiamento é a venda dos produtos aos Grupos de Compra Solidária, destinando uma parte do preço ao financiamento da gestão da associação e outra parte para o financiamento das atividades de apoio, promoção dos direitos e, mais geralmente, de solidariedade com os milhares de trabalhadores sazonais que em cada outono-inverno enchem a planície de Gioia Tauro.
Atualmente, envolve 56 trabalhadores provenientes de 10 nações diferentes, libertados da escravidão da máfia, e uma rede de 100 pequenos e micro produtores locais
Na Chéquia, existe a Federação Checa dos Bancos Alimentares que abrange todos os bancos alimentares. Representa-os a nível nacional e transnacional e gere um armazém central. Os bancos alimentares são organizações sem fins lucrativos que recolhem alimentos e os distribuem a organizações de caridade. Ajudam as pessoas necessitadas a obter alimentos, especialmente os idosos, famílias com crianças, mães solteiras e sem-abrigo.
Os bancos alimentares fornecem maioritariamente alimentos às pessoas necessitadas através de organizações sem fins lucrativos e através de estabelecimentos de ajuda alimentar. Os bancos alimentares abastecem-se de alimentos provenientes de recolhas de alimentos da distribuição comercial, do Programa Europeu de Assistência Alimentar, de pequenos produtores de legumes e frutas, de produtores de produtos alimentares transformados e do público em geral. Em Pardubice, o banco alimentar foi criado em 2015. O projeto foi cofinanciado pela UE no âmbito do Programa Operacional "Emprego +" e foi implementado como parte da realização do objetivo social.
Muitas empresas e organizações são parceiras do projeto, por exemplo, LIDL, Makro, Kaufland, Košík.cz, Rohlík.cz, Carita Checa, Ministério da Agricultura e outros. Muitas organizações são membros e compradores, principalmente organizações sem fins lucrativos, por exemplo, a Caridade Paroquial de Chrudim, que ajuda pessoas em dificuldades e cuida de pessoas que necessitam de grandes cuidados.
Outra das organizações sem fins lucrativos em Chrudim é a SOPRE CR o.p.s., que trabalha com o Banco Alimentar de Pardubice, z.s. e tem um ponto de entrega de assistência alimentar. A organização foi fundada em 2007 e o primeiro serviço social foi um dormitório para pessoas sem-abrigo. O grupo-alvo são idosos abandonados, famílias monoparentais, famílias em crise, sem-abrigo, pessoas com deficiências psicológicas e físicas com rendimentos financeiros limitados. Duas vezes por ano participam na Recolha Nacional de Alimentos, levam as compras dos armazéns, transportam-nas para o ponto de recolha e ajudam na entrega. A organização coopera com o Departamento de Assuntos Sociais da Autoridade Municipal de Chrudim, Chrast e Skuteč.
O município de San Andrés del Rabanedo está a abrir um caminho na província de León, implementando o primeiro "espaço sem fumo", o Parque Antonio García Valladares, desde abril de 2023. Esta iniciativa visa criar ambientes livres de exposição ao fumo do tabaco nocivo.
Desde 2021, a Associação Contra o Câncer tem vindo a trabalhar para eliminar o fumo do tabaco nos espaços públicos. Quase 300 espaços com até 2,5 milhões de visitantes foram declarados livres de fumo em toda a Espanha.
Esta iniciativa consiste em criar ambientes livres de exposição ao fumo nociva do tabaco tradicional ou eletrónico em espaços abertos para uso público e coletivo, independentemente de serem propriedades públicas ou privadas. O objetivo é criar ambientes saudáveis para proteger a saúde e prevenir doenças, seja cancro ou outras doenças respiratórias ou cardiovasculares.
Para garantir uma implementaçãoco sucesso, os membros da Associação Espanhola Contra o Cancro ofereceram treino e sensibilizaram trabalhadores do município. Isso permite-lhes comunicar eficazmente a importância de respeitar os espaços livres de fumo, uma vez que são eles que têm mais contacto com os cidadãos. Isto está alinhado com a Estratégia Municipal de Promoção da Saúde.
Espera-se que este primeiro espaço sem fumo no município seja seguido por outros em locais com um elevado número de residentes.
A Universidade da Terceira Idade (U3A) é um programa de aprendizagem ao longo da vida que se foca nas capacidades cognitivas das pessoas idosas. A principal missão é fornecer formação universitária, conhecimentos e competências a pessoas em idade pós-produtiva e, acima de tudo, proporcionar a aprendizagem intergeracional. Com a ajuda destes programas, os seniores têm a oportunidade de adquirir os conhecimentos mais recentes em matéria de história, medicina, cultura e afins, de forma qualificada e a nível universitário. Graças a esta educação, os idosos podem manter o bem-estar mental, obter novas informações e, mais importante, combater o isolamento social.
Os programas de aprendizagem ao longo da vida da Universidade da Terceira Idade destinam-se a candidatos que tenham atingido a idade da reforma e possuam o ensino secundário. A universidade também permite que os veteranos de guerra se inscrevam nos programas da U3A sem certificado de educação secundária. Muitas vezes, as pessoas atingem a idade da reforma em boas condições físicas e mentais, interessam-se por novos conhecimentos, pelo que se passa à sua volta e querem desenvolver-se mais. Apesar da sua idade, têm objectivos de vida que querem cumprir.
Um dos muitos exemplos é a Universidade de Ciências da Vida de Praga, que fornece informações sobre economia, agronomia, economia florestal, economia agrícola das regiões tropicais e subtropicais, bem como educação. O plano de estudos não é uma licenciatura mas os alunos recebem um certificado de conclusão. Os temas proporcionam às pessoas idosas uma formação geral, e não profissional a nível universitário.
Os participantes não têm o estatuto de estudante, mas podem utilizar a biblioteca, o laboratório de informática, o laboratório de projeção, a piscina, o ginásio, etc. durante os seus estudos.
Os ciclos de aulas têm normalmente a duração de 4 semestres. Há 12 aulas em cada semestre, que são complementadas por excursões e workshops. Os finalistas recebem um certificado na cerimónia de graduação no auditório da faculdade. Os participantes pagam uma pequena propina, e têm de ter uma assiduidade mínima e fazer testes. Após a graduação, os finalistas podem prosseguir para outros programas educativos.
A Universidade Charles de Praga e algumas outras universidades também oferecem programas semelhantes.
A cidade de Chrudim também coopera com a Universidade de Ciências da Vida de Praga. A Biblioteca Municipal assegura a inscrição, as instalações de ensino, o transporte para as excursões e os funcionários da biblioteca acompanham os diplomados à cerimónia de entrega dos prémios.
A associação "Vamos passear!" é uma organização sem fins lucrativos que foi criada em 2014 e implementa atividades de lazer para seniores com mais de 65 anos de idade. A associação descreve-se como: "A nossa missão é uma luta implacável contra a solidão dos seniores e um esforço para a substituir pela alegria, conhecendo novos lugares e fazendo novos amigos de todas as gerações."
Durante o período de implementação, a associação entrou em contacto com pelo menos 5.000 idosos, organizando atividades de lazer ligadas a atividades educativas. Cooperam com outras organizações sem fins lucrativos e organizam eventos relacionados com atividades educativas que se centram principalmente na prevenção e na educação da população sénior.
Uma atividade muito popular é a organização de viagens interessantes. As viagens são de um dia, de modo a poderem ser efetuadas por todos de forma acessível e segura. São acompanhadas por guias experientes e médicos jovens voluntários. Entre os partcipantes encontram-se idosos com várias limitações de saúde, mobilidade reduzida ou utilizadores de cadeiras de rodas. Com a ajuda dos jovens, todos podem participar e conhecer novos lugares.
No âmbito das atividades da associação, os idosos encontram-se não só com jovens, voluntários, mas também com crianças em idade pré-escolar. Estes encontros aprofundam os laços sociais e criam condições para a aproximação entre as gerações.
Outra área de ajuda aos idosos é o apoio à autossuficiência dos idosos. Estes são regularmente informados pelos serviços sociais dos vários perigos relacionados com as novas tecnologias, mas também sobre um estilo de vida saudável e a oferta de atividades adequadas.
Todos os anos, a associação organiza um festival sénior. Em média, cerca de 1.000 idosos visitam-no. Destes, pelo menos metade são pessoas reunidas pela associação, provenientes de muitas regiões diferentes, incluindo pessoas com deficiência física.
As atividades da associação são apoiadas por muitos parceiros e doadores voluntários. Parceiros importantes são, por exemplo, a UE, MAS Chrudimsko, a cidade de Chrudim, a cidade de Chrast, Ecomonitor, a região de Pardubice e outros.
Fuori di Zucca é uma associação de promoção social do centro histórico de Perugia, criada em 2016 a partir de uma ideia da ONG Tamat realizada em colaboração com a associação Fiorivano le Viole. O objetivo da Fuori di Zucca é promover o conceito de soberania alimentar, favorecendo a relação direta produtor-consumidor, o respeito e a justa remuneração de quem trabalha, as produções éticas e sustentáveis, a partilha de informações sobre a relação comida-saúde e a cooperação social.
A principal atividade que a associação realiza atualmente é a do Grupo de Compra Solidária. “Um Grupo de Compra Solidária é constituído por pessoas que se organizam para comprar juntos alimentos ou produtos de uso diário. As compras são feitas de acordo com o princípio da solidariedade, que as leva a preferir pequenos produtores locais, respeitadores do meio ambiente e das pessoas, com os quais estabelecem um relacionamento direto.”
O grupo Fuori di Zucca foi lançado em 2016 por um grupo de cinco pessoas, com o objetivo de criar uma pequena comunidade que comprasse de forma consciente e alternativa. O primeiro passo foi definir a filosofia do grupo e estabelecer os requisitos necessários para identificar os fabricantes a contactar. O grupo é gerido diretamente pelos sócios consumidores e não pelos produtores, mesmo que a relação produtor-consumidor seja direta e baseada na confiança mútua, no diálogo constante e na participação ativa na vida do grupo.
O grupo Fuori di Zucca responde à necessidade de encontrar, mesmo no centro histórico de uma cidade logisticamente complexa como Perugia, produtos saudáveis provenientes dos campos vizinhos. A gestão coletiva dos voluntários e a escolha de não sobrecarregar o preço dos produtos com margens de lucro permite que sejam acessíveis do ponto de vista económico, contrariando a ideia, cada vez mais difundida pela grande distribuição organizada, de que "biológico" significa "caro" e está reservado para as classes sociais mais ricas.
Em 2018, Fuori di Zucca também lançou a iniciativa Fuori Dispensa, através da qual garante apoio às pessoas em dificuldade, fornecendo um cabaz alimentar semanal graças à contribuição de sócios e produtores.