EURECA
1. Fábrica de Água de Alcântara (Foto Águas do Tejo Atlântico)
2. Fábrica de Água Beirolas (Foto Águas do Tejo Atlântico)
3. Fábrica de Água Chelas (Foto Águas do Tejo Atlântico)
4. Cerveja produzida com água potável reciclada (Foto Águas do Tejo Atlântico)
A ocorrência de cheias provocadas por precipitações extremas tem-se tornado frequente em Lisboa, sobretudo nas zonas ribeirinhas, devido à crescente ocupação do território e às alterações climáticas.
O Plano Geral de Drenagem de Lisboa (PGDL) visa proteger a cidade dos grandes fluxos de águas pluviais, através da construção – em curso até 2030 – de 6 km de túneis, que funcionam como coletores de chuva, e utilizam transferências de água entre bacias, mitigando os impactos ambientais, económicos e sociais das inundações.
O PGDL inclui bacias antipoluição que armazenam as primeiras águas pluviais, mais poluídas devido ao contato com os resíduos depositados nos pavimentos. A água é levada para tratamento nas três Fábricas de Água da cidade. Uma das bacias antipoluição terá um compartimento que poderá posteriormente garantir um caudal mínimo de água que alimentará uma mini-hídrica que produzirá energia para abastecimento da Fábrica de Água de Alcântara. O PGDL inclui o reforço e reabilitação da rede de saneamento existente.
As três Fábricas de Águas de Lisboa (Alcântara, Beirolas e Chelas) tratam águas residuais e pluviais através de diversos processos físico-químicos e biológicos para separar sólidos e remover matéria orgânica, fosfatos, nitratos e microrganismos patogénicos. Parte dessa água reciclada é submetida à radiação ultravioleta e utilizada na irrigação urbana, na lavagem de pavimentios, no combate a incêndios e na indústria, por meio de um sistema de distribuição com 55 km de adutoras. Outra parte é devolvida ao ecossistema aquático, no caso de Lisboa ao Rio Tejo, em condições ambientalmente seguras.
Mas o potencial de reutilização desta água é ilimitado. Quando submetido a tratamento de ozonização e osmose inversa, pode ser utilizado para consumo humano, como já acontece em Lisboa, com a produção da cerveja da marca Vira.
PGDL
https://www.youtube.com/watch?v=pjFezZEMYIc
https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=yWG4t8m2tHU
https://www.youtube.com/watch?v=NbeNHvPi78c
https://lisboaparapessoas.pt/wp-content/uploads/2022/05/pgdl_brochura.pdf
https://planodrenagem.lisboa.pt/sobre-o-plano
Fábricas de Água
https://www.aguasdotejoatlantico.adp.pt/content/tratamento-de-aguas-residuais
https://www.aguasdotejoatlantico.adp.pt/content/fabrica-de-agua
https://aguasdotejoatlantico.adp.pt/content/vira-turn-beer-produced-recycled-water
https://www.youtube.com/watch?v=rQWqdBu7Y6w
https://www.observatorios-lisboa.pt/agua.html
A primeira etapa do tratamento nas Fábricas de Água consiste em retirar os resíduos mais grossos que podem danificar os equipamentos, seguida de um processo semelhante para os resíduos menores. Depois, são retiradas as gorduras, que são arrastadas até a superfície e retiradas por sistema de raspagem. A areia que se deposita no fundo do tanque é retirada por bombeamento. A água passa por um primeiro processo de decantação para retirar resíduos que não foram eliminados.
Segue-se um tratamento biológico, através de arejamento, para o crescimento de microrganismos que degradam os principais poluentes da água. Os flocos formados pela reação biológica são encaminhados para uma segunda decantação, permanecendo depositados no fundo do decantador, e a água é tratada e clarificada à superfície.
Em seguida, um processo de filtração e desinfecção, com recurso a radiação ultravioleta, ou cloro, elimina todos os elementos patogénicos da água, permitindo a sua utilização para diversos fins, como irrigação, lavagem, usos industriais ou descarga para devolução ao ecossistema hídrico.
EDU.IN – Associação para a Educação Integral